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Águas do Rio encontra vazamento que já durava 60 anos em São Gonçalo; para evitar infiltração, moradora fez lago no quintal de casa
Contando apenas o tempo em que a concessionária passou a operar o abastecimento de água na região, nos últimos dois anos e meio, estima-se que o prejuízo causado pelo vazamento seja de R$ 6,5 milhões
Técnicos da concessionária Águas do Rio localizaram um vazamento em uma adutora que vinha impactando moradores do bairro do Mutondo, em São Gonçalo, há pelo menos 60 anos. O vazamento era em uma tubulação antiga de 1897 e desperdiçava por dia em torno de quatro milhões de litros de água potável, volume suficiente para abastecer 20 mil pessoas.
O fluxo de água incessante obrigou moradores da região a adotarem medidas para conter os estragos. Zilene Veloso, de 59 anos, tomou a mais extraordinária delas: criou um lago artificial para desviar parte da corrente de água que infiltrava na casa dela e dos vizinhos.
“Esse vazamento existe desde quando meus avós ainda eram vivos. Há quatro anos tenho esse espaço com aves e peixes. Meu filho começou criando cavalo e depois meu neto trouxe outros animais”, disse.
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Segundo a Águas do Rio, o vazamento afeta moradores das ruas Frei Orlando, Lourival Rodrigues e Alberto Coupey, mas o impacto é sentido por quem vive nos 15 bairros do município abastecidos pelas adutoras.
Além de atuar no reparo desse vazamento, a concessionária já está trabalhando no conserto de um segundo encontrado em outra tubulação de grande porte, de 1914. A empresa também está regularizando o sistema na região, retirando uma série de ligações clandestinas.
“Todo ano a gente tem que pintar a casa por causa da infiltração, e o cheiro de mofo é muito forte. Eu e meu marido tentamos conter um pouco desse vazamento criando o lago, mas a situação vem piorando com o tempo. Não vejo a hora disso acabar”, desabafou Zilene.
Equipes da concessionária conversaram com a dona do terreno e os animais que viviam no espaço, entre patos, peixes e galinhas, serão deslocados.
Contando apenas o tempo em que a Águas do Rio passou a operar o abastecimento de água na região, nos últimos dois anos e meio, a concessionária estima que o prejuízo causado pelo vazamento no Mutondo seja de R$ 6,5 milhões.
Sete vazamentos já foram encontrados na região
De acordo com Pedro Freitas, diretor da Águas do Rio em São Gonçalo, o caminho para chegar à universalização do serviço de água passa pelo combate às perdas.
“Estamos avançando nesse sentido e, até o momento, encontramos sete grandes vazamentos. Esse é um exemplo de como vamos levar água para os gonçalenses. O trabalho é gradativo e efetivo. Hoje, São Gonçalo perde 70% da água tratada que recebe, o que significa que a cada 10 litros de água, 7 são jogados fora. Combatendo as perdas, seja na rede de distribuição ou nas ligações irregulares, teremos volume suficiente para fornecer água para 100% da população”, declarou Freitas.
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