Acusados pelo assassinato de líder do movimento Mães de Acari são absolvidos - Super Rádio Tupi
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Rio

Acusados pelo assassinato de líder do movimento Mães de Acari são absolvidos

Edmea foi assassinada junto com a sobrinha que a acompanhava, no estacionamento da estação do metrô Praça XI, no Centro do Rio

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Edmea da Silva Euzébio (Foto: Reprodução)

Os acusados de envolvimento nas mortes de Edmea da Silva Euzébio e da sobrinha dela, Sheila da Conceição, foram absolvidos pelo Tribunal do Júri. Edmea era uma das líderes do movimento conhecido como Mães de Acari, formado por mães de 11 jovens, da Favela de Acari, sequestrados em um sítio de Magé, em 1990. Eles nunca foram encontrados. Edmea e Sheila foram executadas a tiros, três anos depois. Na época do crime, Eduardo José Rocha, Arlindo Maginário Filho e Adilson Saraiva atuavam como policiais militares. Luiz Claudio era motorista particular.

O Júri alegou que a absolvição ocorreu por falta de provas. No dia do crime, em Janeiro de 1993, Edmea foi a um prédio, na Rua Frei Caneca, onde funcionava um presídio. A vítima teria recebido a informação de que um preso sabia de algo sobre a Chacina de Acari. Ao sair do local, ela foi assassinada junto com a sobrinha que a acompanhava, no estacionamento da estação do metrô da Praça XI, no Centro do Rio.

O julgamento contou com reproduções em vídeo de depoimentos das testemunhas Sueli Rodrigues Vieira, Sonia Cristina Lourenço e do tenente-coronel da reserva da PM Valmir Alves Brum. Depois, foi ouvido, presencialmente, o delegado Antonio Silvino Teixeira. Os quatro réus também foram interrogados. A promotora Flávia Maria Moura Machado considerou que não havia provas suficientes e pediu a absolvição dos acusados.

Mães de Acari

Os jovens da comunidade da Baixada Fluminense desapareceram em Magé, após serem levados por homens que se identificaram como policiais. Entre os desaparecidos, sete eram adolescentes, entre 13 e 17 anos. O caso ficou conhecido como Chacina de Acari, bairro onde moravam as famílias. No entanto, os corpos das vítimas nunca foram encontrados.

Em 2006, o caso foi levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O processo terminou com decisão em favor das vítimas e recomendações ao Estado brasileiro. Já em 2022, a Comissão entendeu que essas recomendações não foram cumpridas e passou o caso para a Corte Interamericana de Direitos Humanos.