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Saúde da mulher e HPV: como se prevenir

Especialista do Laboratório Sérgio Franco explica o que pode causar a doença e como a vacina protege câncer no colo do útero

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Prevenção do HPV
(Foto: Reprodução)
Prevenção do HPV

(Foto: Reprodução)

O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus presente em cerca de 54% da população feminina brasileira pesquisada, segundo o Ministério da Saúde. O papilomavírus é responsável por 99% dos casos de câncer no colo do útero, afirma o estudo do Ministério, com dados epidemiológicos do primeiro semestre de 2021. A principal forma de transmissão do vírus é o ato sexual, sendo somente o contato já suficiente para a contaminação.

Diferente do que se pensa, o papilomavírus é tão perigoso que, apenas o contato com a região contaminada é suficiente para infecção, ainda que não haja penetração. Além do câncer no colo do útero, o HPV pode ampliar a possibilidade do câncer de garganta, de pênis e do canal anal. O sintoma visível principal é a verruga nas genitais, que carregam uma alta concentração do vírus. Outro sintoma é a alteração no colo do útero, que é detectada pelo exame preventivo.

A vacina do HPV é quadrivalente, ou seja, protege contra as quatro principais variantes do vírus, sendo duas que causam as verrugas e as outras duas que causam câncer. De acordo com Alberto Chebabo, infectologista do Laboratório Sérgio Franco, da Dasa, a maior rede integrada de saúde do país, a vacinação é fundamental para que se reduza a difusão do vírus. “Por se tratar de uma transmissão no ato sexual, o HPV afeta mulheres e homens, com isso, quanto mais pessoas se protegem com a vacina, menos circulação o papilomavírus acontece.” afirma o médico.  Segundo os dados da Dasa, a procura pela vacina aumentou 77% de 2020 para 2021.

Outro ponto que Chebabo explica é a faixa etária para se imunizar. Na rede pública de saúde, a vacina é oferecida para pré-adolescentes, entre 9 e 14 anos. Já na rede particular esse limite passa para 45 anos mulheres e 26 anos homens. Não se trata de uma vacina curativa, isto é, uma vez contraído o vírus, a vacina não atua nele, mas imuniza contra as outras principais variantes.

“O ideal é que a vacina seja aplicada nas pessoas antes do início da vida sexual, porque ainda não tiveram contato com o vírus. Mas, por se tratar de uma vacina quadrivalente, a imunização é recomendada por atuar na prevenção de lesões percussoras de câncer. Ainda que a pessoa tenha tido contato com uma das cepas do vírus, a vacina pode imunizar contras outras.” reforça o infectologista.

Uma dúvida muito comum entre as mulheres é a relação entre o HPV e a fertilidade. De acordo com Chebabo, a dificuldade encontrada é que o HPV pode alterar o colo do útero e impedir a nidação, que é o processo inicial da gestação, quando óvulo fecundado vai se instalar no endométrio, onde se desenvolve o bebê. Isso amplia o risco de abortamento. Por outro lado, o vírus não afeta diretamente o feto, quando a gravidez consegue avançar.

O HPV tem controle e não é um impeditivo para a relação sexual, desde que seja com uso de preservativo. O infectologista também indica como a medicina lida para controlar o vírus: “Não existe uma medicação oral, o tratamento é a retirada da lesão por cauterização ou por cirurgia e essa escolha depende de vários fatores, inclusive a gravidade do quadro. Quanto mais cedo se toma a vacina, maiores são as chances de prevenir a doença.”