O que ninguém te contou sobre o açúcar e seus efeitos silenciosos

O açúcar é um dos ingredientes mais utilizados na culinária por seu papel essencial em adicionar sabor e textura aos alimentos. No entanto, seu consumo excessivo tem sido associado a diversos riscos à saúde, comparáveis aos efeitos prejudiciais do cigarro e do álcool. Especialistas de saúde, como a endocrinologista Sabrina Ribeiro França Machado, alertam sobre a necessidade de consumir açúcar de forma moderada, já que sua presença em uma ampla variedade de alimentos torna difícil controlar a quantidade ingerida diariamente.

O apelo do açúcar é parcialmente explicado por suas reações metabólicas que levam à produção de serotonina, substância ligada à sensação de bem-estar no organismo. Esse processo químico pode resultar em um “vício” pelo açúcar, incentivando o consumo excessivo e descontrolado, o que contribui para o desenvolvimento de várias doenças crônicas.

Açúcar e seus riscos à saúde

Pesquisas recentes destacam que o consumo desenfreado de açúcar está relacionado a condições de saúde adversas, incluindo obesidade, diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares. Essas doenças figuram entre as principais causas de morte globalmente, especialmente nos países em desenvolvimento. É, portanto, crucial adotar hábitos alimentares saudáveis e práticas regulares de atividade física para prevenir esses problemas de saúde.

A obesidade e o diabetes tipo 2 são citados como verdadeiras pandemias, crescendos com uma frequência alarmante. Pessoas que experimentam ganho progressivo de peso também enfrentam maior propensão a desenvolver sintomas de depressão e ansiedade, frequentemente resultando em transtornos alimentares compulsivos.

Existe uma alternativa ao açúcar comum?

Muitos se perguntam se substituir o açúcar refinado pelo açúcar mascavo pode ser uma alternativa mais saudável. Enquanto o primeiro passa por um rigoroso processo de industrialização que elimina muitos dos seus nutrientes, o mascavo preserva suas características naturais, incluindo vitaminas, por não ser refinado. Adoçantes artificiais são outra opção frequentemente considerada, embora ainda faltem estudos conclusivos sobre seus efeitos a longo prazo à saúde.

• Açúcar mascavo: Mantém vitaminas devido ao não refinamento.
• Adoçantes artificiais: Carecem de estudos definitivos sobre segurança a longo prazo.
• Mel: Um adoçante natural que contém antioxidantes e vitaminas. Embora seja mais saudável que o açúcar refinado, deve ser consumido com moderação devido ao seu alto teor calórico.
• Stevia: Um adoçante natural sem calorias, derivado da planta Stevia rebaudiana. A stevia é amplamente considerada segura e não causa picos de glicose no sangue.
• Xilitol: Um adoçante natural que contém menos calorias do que o açúcar refinado e tem baixo índice glicêmico. É frequentemente utilizado como um substituto em produtos dietéticos, mas deve ser consumido com cuidado, pois pode ter efeito laxante em algumas pessoas.
• Eritritol: Outro adoçante de baixo índice glicêmico, que possui uma quantidade mínima de calorias e não causa picos de insulina. É uma alternativa popular para quem busca controlar o peso ou o nível de glicose.
• Açúcar de coco: Derivado da seiva da flor de coco, ele é uma opção menos processada que o refinado. Embora tenha um sabor semelhante ao do açúcar mascavo, ele contém uma quantidade maior de nutrientes como ferro e zinco, além de ter um índice glicêmico mais baixo.
• Frutas secas: Como tâmaras, figos ou passas, podem ser usadas para adoçar receitas de forma natural. Elas oferecem fibras, vitaminas e minerais, além de adoçar de maneira mais equilibrada.

Como controlar o consumo?

Pacientes com excesso de peso ou histórico familiar de diabetes devem monitorar atentamente seus níveis de glicose e fazer exames regulares. Diabetes não é causada exclusivamente pelo consumo excessivo de doces, mas sim por uma combinação de fatores genéticos e acúmulo de gordura corporal, sobretudo na região abdominal. Produtos diet, light e zero, que substituem o açúcar por adoçantes, devem ser consumidos com cautela devido à presença de outros componentes, como o alto teor de sódio nos refrigerantes, que pode contribuir para a hipertensão arterial.

Em conclusão, a moderação no consumo de açúcar é vital para a manutenção da saúde, prevenindo condições crônicas e promovendo um estilo de vida equilibrado. A substituição do uso frequente de açúcar refinado por alternativas menos prejudiciais e o monitoramento da alimentação e saúde física são medidas eficazes para mitigar os riscos associados ao consumo excessivo de açúcar.