Rio
Hospital da Uerj oferece atendimento especializado e gratuito para pacientes com dores de cabeça
19 de maio é Dia Nacional de Combate à Cefaleia, doença que atinge 17% da população mundial
O Ambulatório de Neurologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), atende gratuitamente indivíduos que sofrem com cefaleia, mais conhecida como dor de cabeça. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), aproximadamente 17% da população mundial é afetada regularmente por dores de cabeça e a cada 10 pessoas, pelo menos duas sofrem de enxaqueca, um dos tipos de cefaleia.
Segundo a neurologista Cristiana Goes, coordenadora do Ambulatório do Hupe, desde 2013, cerca de 60 pessoas procuram o atendimento por mês e a enxaqueca é a queixa mais comum. “No ambulatório, oferecemos o tratamento agudo, com medicação apropriada, que é para os casos de crise, e o tratamento profilático, focando na prevenção, empregando técnicas de relaxamento e trabalhando a mudança de hábitos que desencadeiam a cefaleia”, explica Goes.
Tipos
Em geral, as cefaleias são classificadas como “primárias” ou “secundárias”. Os principais exemplos do primeiro grupo são: a enxaqueca, que causa dor de moderada a grave; a cefaleia tensional, com dores de leves a moderadas; a cefaleia em salvas, a mais intensa e dolorosa; e as cefaleias crônicas diárias, que, na maioria das vezes, evoluíram no contexto do abuso de medicamentos. Já as cefaleias secundárias são sintomas de outras enfermidades e mais preocupantes quando a dor tem início súbito, sem histórico prévio ou presença de outros sinais neurológicos nos exames físicos.
Fatores de risco
É sempre necessário analisar a história clínica do paciente para determinar a origem do mal-estar e qual a melhor linha de tratamento. A gama de causas da cefaleia também é bastante variada e pode incluir, entre outros, condição genética, desidratação, má alimentação, privação de sono, estresse, uso de drogas recreativas, infecções virais, barulhos altos, ferimento na cabeça, problemas dentários e, no caso das mulheres, a menstruação.
Além disso, a automedicação e o abuso de analgésicos e anti-inflamatórios podem desregular o organismo, sobrecarregando órgãos como estômago e rins:
“O corpo entende que não precisa mais produzir a defesa contra a dor. Daí o indivíduo entra em um estado crônico. O ideal é sempre consultar um neurologista e fazer um tratamento preventivo, que diminui a frequência e a intensidade das dores”, explica a coordenadora.
As inscrições para consultas no Ambulatório são feitas somente através do SISREG, o Sistema Nacional de Regulação, disponibilizado pelo Ministério da Saúde. Na primeira consulta, o paciente é avaliado para verificar a presença de cefaleias primárias e, então, dar início à terapia mais apropriada ao seu quadro clínico.
“O tempo de tratamento varia muito, pois depende da causa da dor, e pode levar de um ano até o acompanhamento pelo resto da vida. Mas, no geral, a resposta é bastante positiva. Na maior parte dos casos, o paciente retorna dentro de 3 a 6 meses apenas para rever a medicação”, relata a neurologista.