Exame de próstata pode ser feito durante todo o ano - Super Rádio Tupi
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Saúde

Exame de próstata pode ser feito durante todo o ano

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Descoberta de novo exame para diagnóstico de câncer de próstata
Foto Destaque: Divulgação

Dezembro chegou, e com ele, terminou o chamado ‘Novembro Azul’, de prevenção ao câncer de próstata. Mas o exame que constata a presença da doença pode ser realizado durante todo o ano, tanto no sistema público, quanto no privado.

No câncer de próstata, os homens têm que enfrentar dois implacáveis gigantes: o preconceito na realização de um dos exames para o diagnóstico e o medo das consequências da doença. Este turbilhão de emoções e sentimentos fragilizam demais, o que pode ser um fator inegável para barrar a prevenção da doença. Mas como vencer tudo isso?

Estas e outras questões permeiam a tese de doutorado, ainda com título provisório, intitulada “A saúde do homem desmistificada – Desconstruindo medos surgidos no câncer de próstata: compreendendo fragilidades e reafirmando fortalezas”, do professor do curso de Enfermagem Centro Universitário IBMR, Luciano Ramos. O IBMR integra o Ecossistema Ânima de educação. 

Professor Luciano Ramos, autor da tese (imagem: divulgação)

Mestre em Enfermagem, especialista em Oncologia Clínica e doutorando em Biociências, Ramos explica que a sua pesquisa investiga a fragilidade masculina diante do comprometimento causado pelas sequelas oriundas do câncer de próstata. “A ideia é compreender as necessidades do indivíduo homem perante o seu papel na sociedade e criar mecanismos que o ajude a lidar com suas fraquezas”, ressalta.

Medo do abandono

O professor entrevistou dezenas de homens diagnosticados com câncer de próstata e, durante as falas dos entrevistados, muitos medos foram emanados. “Medo de morrer, de ficar impotente, medo do abandono, medo do desemprego”, enumera.

Então, a questão é muito mais complexa do que se imagina: é medo do desconhecido que sempre aflige a todo ser humano. “Os medos que permeiam o homem são vários, não somente o medo da doença, de descobrir que a tem, além de mexer com sua sexualidade, mas também vem o medo da impotência sexual, além do medo de perder o seu papel produtivo na sociedade. O medo de se tornar improdutivo. Os medos do desemprego e de sua sexualidade”, acrescenta Ramos.

Ramos explica que, o exame de toque não é o único exame de confirmação do câncer da próstata. “Até porque a próstata é uma glândula que possui lobos, dois superiores e dois inferiores. Durante o toque retal, só se consegue palpar um dos lados, e não o outro”, detalha o professor. As formas de rastreio e de identificação complementares para diagnóstico exato são o exame de PSA, o exame de imagem e biópsia da glândula.

Preconceito diminui

Aliado aos medos incapacitantes vem o preconceito para fazer o exame do toque, uma das fases para detecção da doença. “Grande parte já está perdendo o preconceito para a realização do exame. Mas ainda temos alguns que resistem”. A melhor forma de trabalhar este bloqueio pode vir dos profissionais de saúde e de comunicação, com a veiculação da informação, de forma clara e correta.

“É trazer mais vezes o homem para o cuidado de sua própria saúde, principalmente na prevenção, que às vezes não o faz por falta de tempo. O tempo dele é para manter seu lar financeiramente, através do trabalho”, expõe.

E o professor ainda sugere: “evite procurar a assistência médica somente em casos de desconforto. Os exames de prevenção são mais baratos, eficazes, e conseguem prevenir a evolução de agravos. Além disso, invista em dieta, atividade física regular e no cuidado com a mente”.

Conversando com os idosos

Você é homem, deve estar, agora, num bar em Copacabana, aqui no Rio, ou lá em Nilópolis ou Niterói, tomando uma cerveja. É aposentado, na faixa dos 60, 70 anos de idade, está aparentemente saudável e nunca fez um exame de próstata. Este conselho do professor Luciano Ramos é para você: “para a prevenção, sempre tem o primeiro passo. Mas só quem pode dá-lo é você. Previna-se, cuide-se, para que a longevidade da vida permita que você continue aproveitando as coisas boas da vida”.

Na atenção com os homens idosos, sugere Ramos, são aconselhadas as atividades educativas e a participação de projetos de saúde nas redes de atenção primária. “Além disso, a criação de grupos de conversas entre homens facilita muito, pela mesma linguagem que é falada, pois estão inseridos num mesmo contexto de saúde”, recomenda o professor.

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina no Brasil. Perde apenas para os tumores de pele. Esta é a segunda causa de óbito por câncer na população masculina. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, estimam-se 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano para o triênio 2023-2025.