Internacional
Estudo mostra impacto positivo em radioterapia Lattice como aliada ao tratamento de sarcomas metastáticos
Pacientes da Oncoclínicas e de instituição suíça submetidos à terapia tiveram melhora de qualidade de vidaPacientes com sarcoma metastático que foram submetidos a quimioterapia e a terapias-alvo, sem alcançar o resultado desejado, podem se beneficiar do tratamento com a radioterapia Lattice. Um estudo realizado pela Oncoclínicas, em parceria com o hospital universitário de Lucerna, na Suíça, avaliou 20 pacientes nos dois países e demonstrou que a técnica permitiu uma melhora significativa das lesões. O perfil de toxicidade mostrou-se seguro, com melhora significativa da qualidade de vida. Os resultados serão apresentados esta semana no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), que acontece entre os dias 20 e 24 de outubro, em Madri.
A Lattice é uma técnica de radioterapia que alterna picos de altas doses e vales de baixas doses de radiação durante o tratamento de uma mesma lesão, estimulando a ativação de células do sistema imunológico e posterior ataque das células doentes, inclusive nas áreas que receberam doses menores de radiação.
Segundo a oncologista Bruna David, da Oncoclínicas Rio de Janeiro e uma das responsáveis pelo estudo, os pacientes analisados tinham idade média de 55 anos e, em alguns casos, apresentavam mais de uma lesão metastática.
“Foram analisadas 24 lesões e em mais de 38% delas o uso da Lattice proporcionou uma melhora sintomática rápida. Esses pacientes já tinham passado por outros tratamentos sem ter tido resposta ao quadro”, diz a oncologista, acrescentando que a fadiga foi o efeito colateral mais observado, presente em 20% dos pacientes, e que a cooperação internacional foi fundamental para se chegar aos resultados.
O que é sarcoma?
Sarcomas são um grupo de tumores raros que acometem todas as faixas etárias e que podem surgir em qualquer parte do corpo. Eles começam como pequenos caroços, mas podem chegar quase ao mesmo tamanho de uma bola de pingue-pongue. Muitas vezes, eles são tratados erroneamente ou até mesmo confundidos com outras doenças. Por isso, Bruna David alerta que qualquer nódulo que cresça, independente de outros sintomas, deve ser investigado.
Segundo a especialista, o autoexame é uma ferramenta indispensável para o diagnóstico precoce, fundamental para o tratamento. Quanto menor o tamanho do sarcoma ao se iniciar o tratamento, melhor o prognóstico. O cirurgião-geral costuma ser o profissional procurado em um primeiro momento. Mas, na suspeita de malignidade, uma biópsia é o procedimento indicado para o diagnóstico definitivo e deve ser feita por profissional especializado. A partir daí, é recomendado procurar uma equipe multidisciplinar com experiência em sarcoma.
“Há vários tipos de sarcomas, entre eles os ósseos e os do trato gastrointestinal. É um grupo heterogêneo, composto por mais de 100 subtipos”, esclarece a oncologista da Oncoclínicas Rio de Janeiro.
Os sarcomas podem acometer qualquer parte do corpo, tendo maior incidência no tronco, braços e pernas. Sarcomas ósseos costumam atingir mais crianças e idosos. A médica lembra ainda que não existem fatores de risco.
“Há algumas síndromes genéticas familiares associadas, exposição a algumas substâncias químicas, mas são raridade. O mais comum é o sarcoma esporádico, sem antecedente causal”, esclarece. Bruna David ressalta que a metástase é mais comum nos pulmões. “Mas dependendo da histologia pode acontecer também no Sistema Nervoso Central (SNC), ossos e em outros órgãos”, finaliza.