Saúde
Cresce número de reclamações relacionadas a autismo em planos de saúde
Janderson Silveira, CEO e sócio-fundador da MedAdvance, busca parcerias com operadoras e captação de recursos de investidores para diminuir custos do sistema de saúde e a procura das famílias por tratamento adequadoDe janeiro a outubro de 2023, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) recebeu mais de 12 mil queixas relacionadas ao tratamento de pacientes autistas e uma em cada cinco NIPs (Notificações de Intermediação Preliminar) recebidas pela agência está relacionada a TEA. Entre as queixas mais frequentes de 2023 estão prazos para atendimento (3.426), reembolso (2.670) e rede conveniada (1.951).
E este número deve crescer. A Organização Mundial de Saúde (OMS), estima que o território brasileiro tenha cerca de dois milhões de autistas, segundo números levantados em 2010. Mas um estudo recente do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC), dos Estados Unidos, mostrou que 1 em cada 36 crianças, aos 8 anos de idade, é diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Se as proporções deste levantamento forem aplicadas à população brasileira, há cerca de 6 milhões de autistas no país — diagnosticados ou não.
O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não consegue absorver toda a demanda e são poucas as clínicas integradas que oferecem, pelo menos, as especialidades primordiais para o tratamento (como fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia) em um só lugar e por meio do plano. A maioria, atende 100% de forma privada, o que exige das famílias investimentos mensais entre R$ 10 mil e R$ 25 mil.
“A situação está cada vez mais insustentável tanto para as famílias quanto para os planos. Estamos falando de praticamente o dobro das reclamações registradas em todo o ano passado e alta de 1.000% na comparação com 2019. No Brasil, o investimento anual dos planos de saúde é da ordem de R$ 1 bilhão com crianças autistas. A MedAdvance surgiu justamente com o foco no atendimento por meio de plano de saúde, com qualidade internacional das terapias, alta especialização dos profissionais de saúde, tudo isso gerando uma redução de cerca de 60% na despesa das operadoras oriundas de reembolsos que poderiam ser evitados. Queremos trazer as operadoras para a sociedade, multiplicando os atendimentos por um valor justo para todos”, esclarece o CEO Janderson Silveira.
Com unidades em São Paulo e Macapá, a rede de clínicas MedAdvance investe em parcerias com planos de saúde para tornar viável o diagnóstico e tratamento precoce de crianças com diagnóstico de autismo, TDAH e TOD. No mercado desde 2021, a MedAdvance já realizou 100 mil horas de atendimento a famílias e crianças de 0 a 7 anos nas duas praças e deve chegar a 5 mil crianças atendidas de forma regular nos próximos cinco anos, o equivalente a 2,5 milhões de horas de terapias por ano.
Para essa expansão, o plano de negócios de Janderson Silveira, CEO e sócio-fundador da MedAdvance, está focado em parcerias com as operadoras de saúde e captação de recursos de investidores para entrarem como sócios em clínicas regionais.
“Estima-se que cerca de 300 mil crianças possuam planos de saúde, mas muitas só acessam os tratamentos por meio de demandas judiciais, que acabam gerando um custo mensal para operadoras de até R$ 35 mil (por beneficiário), para fornecer todas as terapias necessárias. Levantamento feito pela nossa equipe identificou que apenas uma das maiores operadoras de planos de saúde gasta cerca de R$ 30 milhões/mês para o tratamento de crianças autistas”, reforça.