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Sociedade Civil ganha mais voz em encontro do G20 no Rio de Janeiro

Organizações de vários países se encontraram na cidade para o Mid-Term Meeting do Civil 20. O Grupo busca influenciar compromissos dos países-membros do G20 em temas sociais, humanitários e de desenvolvimento sustentável

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G20. Foto: Raquel Camargo/ Prefeitura do Rio

Representantes da Prefeitura do Rio, Governo do Estado e do Poder Executivo Federal, além da sociedade civil, se reuniram, no Rio de Janeiro, para participar da segunda reunião global do Civil 20 (C20), grupo de engajamento que representa a sociedade civil organizada no âmbito do G20. O encontro, na Casa Firjan, em Botafogo, abordou 3 temas principais: economias justas, inclusivas e antirracistas; fome, pobreza e crise climática e democracia, espaço cívico e acesso à Justiça.

Ao longo do primeiro semestre, o C20 brasileiro organizou 10 grupos de trabalho para reunir informações de interesse e formular recomendações de políticas públicas inclusivas e eficazes no âmbito do meio ambiente, desenvolvimento social e econômico, além de direitos humanos. Essas propostas serão entregues no dia 4 de julho, durante uma sessão conjunta dos Sherpas – líderes de cada país do G20 que encaminham as discussões e acordos até a cúpula final com chefes de Estado,– com representantes dos grupos de engajamento. O G20 é o principal fórum de cooperação econômica do mundo, formado por 19 países mais União Europeia e União Africana.

“O governo não existe sem a sociedade civil. Faz mais do que dizer, do que mostrar suas vontades. Ela governa. Há um ano, quando o Prefeito Eduardo Paes entendeu que o G20 iria muito além da Cúpula, ele percebeu que não seria possível fazer tudo pela Prefeitura ou pelo Governo Federal. Essa sensibilidade também do presidente Lula criou um momento inédito no G20, que será o encontro dos Sherpas com representantes dos grupos de engajamento do G20, que poderão transmitir as prioridades e recomendações da sociedade civil aos altos representantes governamentais. O G20 brasileiro tem a marca da sociedade civil”, afirma Lucas Padilha, presidente do Comitê Rio G20, que participou da sessão de abertura do evento.

Formado por 2.100 organizações de 91 países do mundo, o C20 foi oficializado como Grupo de Engajamento do G20 em 2013. Nesta edição, o C20 é presidido por Henrique Frota, representante da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) e tem como Sherpa Alessandra Nilo, cofundadora da ONG Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero.

“A partir de agora um novo capítulo do C20 se inicia e marca o que vamos ter nas diversas trilhas do G20 até novembro”, anuncia Henrique.

“O C20 está pensando não só no C20 Brasil, mas também em um conjunto de políticas, de recomendações que servem para as presidências seguintes. Até porque um dos princípios do C20 é o da continuidade. Muitos dos temas que discutimos, hoje, estão na pauta do G20 por mais de uma década, como é o caso da reforma das instituições financeiras internacionais, da transição energética, da igualdade de gênero, que perpassam o G20 historicamente. Todas as relações e negociações se quebram quando começamos a discutir o como. É no como que não encontramos os acordos”, afirmou Alessandra Nilo, destacando a importância que o G20 ganha no atual cenário internacional. “Nesse momento em que o sistema multilateral se enfraquece, o Grupo do G20 se fortalece e, quando isso acontece, aumenta muito mais sua responsabilidade. Estamos falando de países membros que têm 80% do PIB global, que é responsável por 75% das relações comerciais e onde 2/3 da população do planeta reside”, enumera.

Entre os Grupos de Trabalho que integram o C20 está o de Saúde Integrada Para Todas e Todos. Durante o evento de ontem, Carlos Gadelha, Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, do Ministério da Saúde, anunciou que o Grupo de Trabalho de Saúde do C20 fará parte da iniciativa do G20 da saúde. “O Brasil está propondo que o C20 participe da iniciativa da saúde e, com grande articulação com participação social e com a Sociedade civil, para que possamos no G20 ter uma ação que reduza a desigualdade no mundo, e a mãe de toda a desigualdade é o conhecimento e a tecnologia”, afirmou Gadelha.

Os Grupos de Trabalho que integram o C20 são: 1) Economias justas, inclusivas e antirracistas; 2) Sistemas alimentares, fome e pobreza; 3) Meio ambiente, justiça climática e transição energética justa; 4) Comunidades sustentáveis e resilientes e redução do risco de desastre; 5) Saúde integrada para todas e todos; 6) Educação e cultura; 7) Digitalização e tecnologia; 8) Direitos da mulher e igualdade de gênero; 9) Filantropia e desenvolvimento sustentável; e 10) ODS 16 (também conhecido como Objetivo Global 16l): Governança democrática, espaço cívico, combate à corrupção e acesso à Justiça.

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