Seguros: comissão de transportes cobra preços diferentes para moradores de zonas distintas
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Seguros: comissão de transportes cobra preços diferentes para moradores de zonas distintas

O proprietário de um veículo que more em Bonsucesso ou Pavuna, por exemplo, tem o preço de seu seguro bem maior em relação ao morador que reside na Zona Sul

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Seguros: comissão de transportes cobra preços diferentes para moradores de zonas distintas. Foto: Reprodução

“Ter o endereço e a cor do veículo como uma das exigências para contratar ou renovar o seguro do veículo aqui no Rio de Janeiro, tornou-se um verdadeiro obstáculo e um grande absurdo!” Essa é a posição e a indignação do presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa, deputado Dionísio Lins (Progressista) diante das reclamações recebidas.

De acordo com o parlamentar, é notório o aumento no número de recusas ou acréscimo do valor da apólice desses seguros de acordo com o CEP e cor do veículo para moradores de bairros da Zona Norte, Baixada Fluminense e Zona Oeste; e apesar das autoridades afirmarem que houve uma redução nos registros de roubo de veículos, somente entre os dias 30 de janeiro e 2 de fevereiro deste ano, 827 foram roubados em todo o estado, uma média de 206 por dia.

“É preciso que haja uma averiguação preliminar por parte do Ministério Público para controlar e evitar que ocorra um aumento desproporcional por parte das seguradoras de veículos na hora da contratação ou renovação de seguros principalmente para os motoristas que residem em bairros com alto índice de roubos de veiculos. Assim como muitos cidadãos, não consigo enxergar uma redução no roubo de veiculos até porque devemos levar em consideração que muitos motoristas acabam por desistir de registrar a ocorrência por diversos motivos”, disse.

O parlamentar esclarece ainda que muitos acreditam que o preço do seguro de automóveis para pessoas com o mesmo perfil são idênticos, quando na verdade não é isso que ocorre, já que a região onde ela reside e a cor do carro são os principais motivos que contribuem para a diferença do valor a ser pago.

Por exemplo, o proprietário de um veículo que more em Bonsucesso ou Pavuna por exemplo, tem o preço de seu seguro bem maior em relação ao morador que reside na Zona Sul, o que pode ser considerado um absurdo e uma verdadeira covardia.

Dionísio destaca também que para piorar a situação, começou a aparecer nesse cenário um mercado paralelo de seguro que é feito através de cooperativas ou associações, onde o proprietário do veículo não tem o mínimo de garantia em caso de sinistro, ficando na maioria das vezes refém do atendimento precário oferecido e sem a prometida reparação, já que de acordo com denúncias e reclamações pessoas não credenciadas estão à frente dessas cooperativas, inclusive negociando com marginais de comunidades valores para que os carros roubados sejam devolvidos mediante ao pagamento de um “resgate” pelos proprietários, o que contribui para o aumento do roubo de veículos.

“A população precisa entender melhor como funciona toda essa engrenagem do seguro veicular. Para isso, vamos cobrar da Superintendência de Seguros Privados (Susep), da Federação de Nacional de Corretores de Seguros Privados (Fenacor) e da Federação Nacional de Seguros Gerais, se existe alguma cláusula ou artigo que determine a obrigatoriedade de valores diferenciados de seguros de acordo com o bairro onde o proprietário do veículo reside e a cor do veículo, pode ter seu seguro recusado por causa disso. Vamos cobrar ainda, se existe alguma portaria que autorizou a criação de seguros administrados por cooperativas ou associações sem fins lucrativos; pois vejo com muita preocupação a proliferação de empresas que aparentemente vendem ilusão e não dão nenhum tipo de garantia para seus cooperados, se aproveitando da situação atual de segurança, já que muitas vezes quando ocorre um sinistro a dificuldade de aciona-las para cobrar seus direitos torna-se quase inviável”, afirmou.

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