Rio
Relator da CPI da Intolerância Religiosa denuncia pastor e prefeito de Itaboraí por incitar ódio
Na ação, Átila Nunes também pediu ao Ministério Público que o prefeito devolva o dinheiro público usado na realização do evento.O relator da CPI da Intolerância Religiosa, na Assembleia Legislativa do Rio, Átila Nunes (PSD), entrou com duas representações no Ministério Público na manhã desta segunda-feira (23) contra o pastor Felipe Valadão e o prefeito de Itaboraí, Marcelo Delaroli, por disseminação de ódio religioso e uso de dinheiro público privilegiando uma religião nas comemorações do aniversário da cidade.
“Esse absurdo que aconteceu em Itaboraí é o reflexo da política do “terrivelmente evangélico”. O prefeito de Itaboraí, assim como muitos prefeitos pelo país, usa recursos públicos para promoverem shows gospels para atender aos vereadores da bancada religiosa. Assim também tem sido no Congresso e nas Assembleias Legislativas”, afirmou Átila Nunes.
O relator da CPI da Intolerância Religiosa pede o ressarcimento de R$ 145 mil reais gastos no show gospel, bem como a condenação do prefeito no mesmo valor. O dinheiro será destinado às vítimas de intolerância religiosa.
Além da ação no Ministério Público, Átila Nunes entrou com representação na Decradi, delegacia especializada em crimes de intolerância religiosa, pedindo que a polícia também instaure um inquérito para investigar as ameaças feitas publicamente pelo pastor de fechar os terreiros de umbanda e candomblé, que funcionam em Itaboraí.
A coordenadoria de Diversidade Religiosa da Prefeitura do Rio divulgou uma nota de repúdio contra o ato de intolerância ocorrido na última quinta-feira (19).
“Nos solidarizamos com os religiosos de matrizes africanas do município de Itaboraí, os quais sofreram ataques preconceituosos durante um show que comemorava o aniversário da cidade. O preconceito religioso possui um viés étnico racial e precisa ser banido de nossa sociedade. Entendemos que o respeito a todos os credos é a base da cidadania e que a laicidade é um patrimônio da democracia”, declarou o coordenador executivo da Diversidade Religiosa no Rio, Pai Márcio de Jagun.
O crime de intolerância religiosa prevê pena de 1 a 3 anos de reclusão e multa.