Rio
Projeto inédito de acessibilidade é lançado no Teatro Claro Rio
Musical “80 – A década do Vale Tudo” conta com audiodescrição, libras e legendas, em parceria da produtora cultural Brain + e Rede D’Or, com gestão de apoio a projetos sociais do Instituto Phi
O Teatro Claro Rio, reconhecido como o palco de todas as artes, passa a ser, definitivamente, um espaço para todos os públicos. Nesta quarta (14), dia da sessão especial do musical “80 – A Década do Vale Tudo”, estrelada por Sandra Sá e grande elenco, foi lançado o Movimento pela Acessibilidade, parceria institucional inédita entre a produtora Brain + e a Rede D’Or.
Pela parceria, todas as sessões contarão com audiodescrição, libras e legendas. O Instituto Phi é o responsável pela gestão e acompanhamento dos projetos apoiados via lei de incentivo pela Rede D´Or, sendo um deles o Teatro Claro Rio.
Além do musical, todos os outros conteúdos oferecidos no Teatro Claro Rio serão progressivamente adaptados para a acessibilidade. O projeto contempla também o Teatro Claro São Paulo.
Executado em fases, o projeto de acessibilidade prevê ainda uma série de outras ações, como adequação física do espaço, capacitação de colaboradores para o atendimento ao público PCD (pessoas com deficiência), palestras, workshops e oficinas sobre o tema, além de contratações de pessoas com deficiência. Todo o processo será feito por uma consultoria especializada com a participação e colaboração de PCDs.
O lançamento do musical, exclusivo para convidados, incluindo artistas e jornalistas, contou, claro, com a presença de pessoas com deficiência, como Cesar Nascimento, portador da síndrome de Guillain-Barré desde 2022, que está em uso de cadeira de rodas.
“Após meses de internação e tetraplegia, estar em um teatro, assistindo um grande espetáculo brasileiro é algo muito emocionante para mim. É muito importante que nós, cadeirantes, e todos que têm alguma deficiência, possamos ter acesso à cultura. Fiquei muito feliz em ter tido essa oportunidade e parabenizo a todos os envolvidos, pois sei que muitos outros se beneficiarão desse espaço inclusivo que está sendo criado e estimulado por essa iniciativa”, celebra ele.
Todos os espetáculos do Teatro Claro Rio serão 100% acessíveis em comunicação, com dois intérpretes de libras como parte do elenco, além da audiodescrição para pessoas cegas ou com baixa visão e fones para pessoas com baixa audição.
“Há muito tempo tenho o desejo que o nosso teatro seja 100% acessível. Isso é histórico e muito importante. Pessoas com deficiência têm o direito de ir ao teatro ou a qualquer evento sem precisar se informar previamente se aquele dia será acessível. A Rede D’Or embarcou nesse sonho com a gente e, juntos, estamos iniciando esse movimento lindo pela acessibilidade”, diz o empreendedor cultural Frederico Reder, dono do Teatro Claro.
Vice-presidente médico da Rede D’Or, Leandro Reis ressalta que é um orgulho para a empresa participar desse movimento pela acessibilidade, pois vai ao encontro de valores que norteiam o seu dia a dia, como humanização, integridade e respeito.
“Assegurar a autonomia de uma pessoa para desfrutar espaços públicos e culturais reflete diretamente em sua autoestima, o que impacta tanto na saúde física, quanto mental. Acreditamos que esse projeto pode ser um exemplo que estimule novas iniciativas”, afirma.
Organização especializada em assessoria de filantropia, o Instituto Phi é o parceiro da Rede D´Or nesta empreitada, responsável pela gestão e acompanhamento dos projetos apoiados via lei de incentivo, sendo um deles o Teatro Claro Rio.
Julia Rampini, gerente de projetos e comunicação do Instituto Phi e filha de Cesar Nascimento, destaca a importância da iniciativa: “O Instituto Phi busca sempre assessorar empresas e indivíduos em filantropia e destinação de recursos incentivados para causas sociais e culturais com impacto. É gratificante demais acompanhar a mobilização da Rede D’Or em um projeto pioneiro e grandioso de acessibilidade como esse, com o Teatro Claro. Estar com meu pai nesse espaço de empatia e acessibilidade foi muito gratificante. É um movimento que começou e esperamos que contagie outros locais nessa mesma busca pela acessibilidade completa de seus espaços. Não há democracia se todas as pessoas não têm os mesmos direitos”.