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Presidente do Crea-RJ defende parceria com a Aneel para evitar apagões na rede elétrica do Rio

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O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), engenheiro Miguel Fernández, está convencido de que é possível prevenir no Rio de Janeiro um apagão como o que aconteceu em São Paulo e durou mais de sete dias. Em entrevista a Sidney Rezende, do Jornal da Tupi, na Super Rádio Tupi (FM 96,5), na tarde desta quarta-feira (16) Fernández afirmou que pretende criar uma plataforma para monitorar todas as operações de manutenção do sistema de fornecimento elétrico, por meio de um acordo de cooperação técnica com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“É fundamental termos um inventário, um acompanhamento do que está acontecendo, qual foi o ano de implantação de determinado equipamento, qual o serviço de manutenção que vem sendo feito periodicamente, qual o melhor período de troca de equipamentos. Informações como essas ajudam o tomador de decisão e para o próprio controle da manutenção. Essa tem sido nossa proposta junto à Aneel”, informou Miguel Fernández, observando que o acordo ainda não foi efetivado pelo fato de o Crea ser regional e a Aneel ser nacional.

Apesar disso, o presidente do Crea informou que a fiscalização do órgão já está acionando todas as fornecedoras de energia elétrica do Estado do Rio.

Indagado pelo jornalista e apresentador Sidney Rezende se o apagão ocorrido em São Paulo pode se repetir no Rio, o presidente do Crea-RJ reconheceu que há essa possibilidade.

“A Enel – concessionária de energia de São Paulo – é responsável pela concessão no fornecimento de energia elétrica de praticamente dois terços dos municípios do Rio de Janeiro. Então, a gente fala de um problema que infelizmente está atrelado a uma questão de condição climática extrema, mas a engenharia existe exatamente para mitigar e evitar essas consequências”, explicou Fernández.

Participaram do programa o jornalista Maurício Bastos e o comediante Marcelo Madureira, que é formado em engenharia de produção pela UFRJ, em 1983.

Para prevenir a incidência de apagões no Estado do Rio, Miguel Fernández reforçou a importância de ser feito diariamente um monitoramento da manutenção do sistema elétrico.

“É necessário ter um inventário. Nossa ideia é criar essa plataforma, onde a gente possa ter um inventário onde cada serviço de manutenção seja apontado ali, georreferenciado, com a Anotação de Responsabilidade Técnica, quem é o profissional, para que a gente possa acompanhar o que está acontecendo e a fiscalização seja feita de forma mais inteligente “, explicou Fernández.

Em visita aos estúdios da Super Rádio Tupi, o presidente do Crea-RJ destacou a importância da manutenção dos serviços de fornecimento de energia elétrica, pois “a falta de energia em grandes regiões dificilmente se dá por queda de árvore, mas, sim, por problemas que tem a ver com a engenharia de manutenção”.

“A primeira coisa que a gente tem que entender é que um sistema elétrico precisa tanto de manutenção preventiva quanto de obras que garantam redundância também para o fornecimento de energia. Então, é esse controle de acompanhamento se a manutenção preventiva está sendo realizada de forma adequada, por empresas que são devidamente registradas e habilitadas, por profissionais com essa devida competência”, afirmou Miguel Fernández, lembrando que no Rio já foram registrados problemas com a Light, que resultaram na falta de energia na Ilha do Governador, bairro da Zona Norte da cidade.

Fernández acrescentou que o monitoramento da manutenção permite mitigar os problemas:

“Existe um desafio muito grande para engenharia que muitas vezes não é debatido de forma adequada, sobre a vida útil de um material, de um equipamento, de uma obra até. A gente considera que aquilo é eterno e muitas vezes não entende que aquilo tem um tempo de durabilidade. Equipamentos eletroeletrônicos têm uma vida útil mais curta. Não só pela questão da atualização, mas pelo próprio desgaste natural. Então você tem um momento em que fazer manutenção inclusive não adianta mais. Tem que comprar um equipamento novo. Esse debate é muito complexo e muitas vezes não está na equação das concessões”, observa o engenheiro Miguel Fernández.

O comediante Marcelo Madureira, que participa como comentarista do Jornal da Tupi, perguntou ao presidente do Crea-RJ sobre a questão das redes de transmissão de energia subterrâneas que alcançam apenas 11% da cidade do Rio de Janeiro.

O engenheiro Miguel Fernández explicou que “a rede subterrânea é indiscutivelmente melhor”, mas destacou que problemas de falta de energia em grandes cidades dificilmente ocorre por queda de árvores, mas, sim, por problemas de engenharia de manutenção.

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