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Rio

Policia prende mãe por agredir criança de um ano até a morte

De acordo com os médicos que atenderam Eloá por volta das 16h da sexta-feira, a criança deu entrada já morta na unidade

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A Polícia Civil prendeu em flagrante Amanda Cristina Ferreira Sanntana após agredir até a morte a própria filha, uma criança de um ano, na última sexta-feira (12). Daniele dos Santos Bernardes, namorada de Amanda também foi presa.

De acordo com a Delegacia de Bonsucesso (21ª DP), unidade responsável pelo caso, as duas tiveram a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia na última segunda-feira, 15. Eloá Manuela Ferreira Santana chegou a ser levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da Vila do João, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, mas já deu entrada em óbito por traumatismo craniano.

A delegada Elaine Rosa, da 21ª DP (Bonsucesso), responsável pela prisão, explicou que Eloá ficava sob os cuidados da madrasta Daniele e que quando chegou a UPA, já morta, tinha marcas de lesões e sinais compatíveis com maus-tratos. “Diante dos depoimentos dos médicos, já havia lesões anteriores a data que a criança foi levada para o pronto atendimento. Nós prendemos as duas por lesão corporal seguida de morte, elas estavam ali como responsáveis pela criança. A mãe responde porque conivente pela situação”, completou.

Ainda segundo a delegada, a mãe mentiu ao dizer que saiu de casa e Eloá estava bem, contradizendo a versão dos médicos e o laudo pericial, já que havia lesões visíveis na menina. Daniele alegou que Eloá havia caído do sofá de dois lugares enquanto ela tinha ido ao banheiro e chegou a fazer manobras caseiras para ajudar a menina.

De acordo com os médicos que atenderam Eloá por volta das 16h da sexta-feira, a criança deu entrada já morta e foi direto para a sala amarela, destinada à pacientes em situações graves. A criança estava pálida e com sinais no corpo que não são compatíveis com lesões recentes, como a madrasta disse. Os machucados, segundo a equipe médica, aparentavam ser de dois a três dias antes da data do falecimento da menina. Ela tinha manchas roxas nos braços e nas pernas, sinais compatíveis com a Síndrome da Criança Espancada que demonstravam a necessidade de um atendimento anterior ao fato, pois poderiam ter como consequência tanto um traumatismo craniano encefálico como uma hemorragia interna.

A enfermeira prestou depoimento o informou que durante o atendimento Eloá tinha um hematoma na região frontal da cabeça e secreção nasal e bucal. “Não acredito que teria sido a queda do sofá pela idade da criança tenha gerado um óbito imediato pela superficialidade”, disse a enfermeira.

Em seu depoimento a mãe de Eloá disse à polícia que jamais ficaria com uma pessoa se não tivesse total confiança em relação ao tratamento com os filhos. Amanda afirmou que sua companheira, Daniele, chegou a UPA gritando e perguntando o que tinha acontecido com a menina. “E então vieram médicos e enfermeiros explicando que a criança tinha tido traumatismo craniano e não resistiu”, disse em depoimento.

Amanda também afirmou que sempre fazia exames na menina na Clínica da Família e na UPA, e que procurava saber o motivo das manchas no corpo da menina. Ela contou que a última vez que esteve no pediatra sua filha tinha 9 meses e era uma consulta de rotina e não se lembrou de comentar sobre as manchas porque não era algo freqüente. Também disse que, ao sair de casa na última sexta-feira, não viu nenhuma mancha no corpo da criança e Daniele ficou cuidando dela, dando de mamar e supervisionando.

Em depoimento, Daniele contou que por volta das 13h40 daquela sexta-feira, ela estava na sala tomando conta da criança e deixou ela dormindo no sofá. Daniele acordou a criança quando o celular despertou e foi ao banheiro se arrumar porque ia buscar sua outra sobrinha, que mora com ela também. “Enquanto eu trocava de roupa, ouvi um barulho e corri para a sala para verificar. Ela estava no chão da sala, mas não chorava e não estava sangrando”, diz parte do depoimento. Daniele informou que Eloá estava com dificuldade para respirar e deu água com açúcar para ela, além de colocá-la também no banho. Em seguida, levou-a para a UPA.

Amanda contou ainda que tem outro filho, de oito anos, e conheceu Daniele através de aplicativo, há 11 meses. Ela morava em Paciência, Zona Oeste do Rio, e foi morar com Daniele, levando apenas Eloá.