Capital Fluminense
Polícia Civil prende 20 em operação contra roubo e furto de veículos no Rio
Segundo as investigações, por mês a quadrilha movimentava R$ 6 milhões
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A Polícia Civil realizou, na manhã desta sexta-feira (27), uma operação para desarticular uma organização criminosa que realiza assaltos, furto e receptação de veículos. Vinte pessoas foram presas e outras duas seguem foragidas.
A operação “Oxicorte” foi coordenada pelo Departamento Geral de Polícia Especializada, por meio da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis. Ao todo, 120 agentes participaram da ação.
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A Polícia Civil informou que o grupo criminoso movimentava R$ 500 mil por mês, ou seja, R$ 6 milhões por ano. Os criminosos roubaram carros fabricados entre os anos de 1990 e 2000, já que as peças eram valorizadas no mercado paralelo. Os veículos eram roubados na Zona Oeste do Rio e as peças eram revendidas na Região dos Lagos.
“Os receptadores, donos de estabelecimentos, encomendavam marca e modelo específicos do veículo antes do crime, antes do roubo. Então o roubador e o furtador quando ia pra rua já sabia qual era o carro que ele teria que subtrair e já tinha destino certo”, destacou o delegado adjunto da DRFA, Jeferson Nascimento.
De acordo com as investigações, a quadrilha roubava ou furtava, cortava o veículo para retirar e revender peças, adulterava características e clonava para venda. Após o roubo ou o furto, os criminosos ainda vistoriavam o veículo para encontrar possíveis rastreadores.
“O outro eu sacudi e não tinha nada. Até na casa de ventilação eu olhei, até a porta eu desmontei, tudo. Não tinha nada”, disse um dos integrantes da quadrilha em uma conversa interceptada com autorização da Justiça.
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A Polícia Civil identificou que o aumento de roubos de carros na cidade do Rio de Janeiro se deu por conta de uma mudança de postura dos chamados ‘soldados do tráfico’. Eles, segundo a polícia, tinham o costume de apenas ficar de plantão, armados, para algum possível pedido dos chefes do tráfico, porém, notaram que o roubo de carros podiam lhes dar um retorno financeiro significativo.
“Um soldado desse do tráfico ganha esse valor de R$ 4 mil, R$ 3 mil e em questão de duas ou três horas ele consegue levantar esse dinheiro, dá uma parcela para o chefe do trafico de drogas, já que emprestou a arma e eles ficam com a outra parte. A gente percebeu que o desenvolvimento dessas ações por esses soldados do tráfico impactou significativamente no aumento dos índices do roubo de veículos”, destacou o delegado Pedro Henrique Medina, diretor do Departamento-Geral de Polícia Especializada.
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