Rio
PF realiza operação contra tráfico internacional de armas no Rio
As investigações apontam que a organização criminosa enviou cerca de 2 mil fuzis dos Estados Unidos para o RioA Polícia Federal realiza, na manhã desta quinta-feira (20), a Operação Cash Courier, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico internacional de armas. Esquema movimentou milhares de fuzis de Miami, nos Estados Unidos, para comunidades do Rio.
PF segue na busca do chefe de esquema
Josias João do Nascimento, de 56 anos, é apontado como o líder da organização responsável por enviar cerca de 2 mil fuzis de Miami para o Rio de Janeiro, com destino a comunidades controladas pelo Comando Vermelho.
Josias é descrito como o “Senhor do Senhor das Armas”, por comandar Frederick Barbieri, brasileiro já condenado nos Estados Unidos pelo mesmo crime. Um dos imóveis ligados ao ex-agente é uma mansão em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca.
Polícia é recebida a tiros
Durante a ação, a PF também cumpriu mandados contra Marcelo Lopes Santhiago Geraldo, suspeito de integrar a milícia do Terreirão, no Recreio. Ao receber os policiais, ele atirou contra a equipe, mas foi preso em flagrante por tentativa de homicídio. Nenhum agente ficou ferido.
Operação em andamento
Cerca de 80 policiais federais e 10 policiais civis cumprem 14 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes, bairros da Zona Oeste do Rio. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio e sequestro de bens no valor de R$ 50 milhões.
As investigações apontam que a quadrilha enviou cerca de 2 mil fuzis dos Estados Unidos para o Rio, onde as armas eram distribuídas para uma facção criminosa que atua em diversas comunidades do estado.
Segundo a PF, o grupo criminoso movimentou mais de R$ 50 milhões de reais com a venda de pistolas, fuzis, metralhadoras e munições.
A corporação também identificou o chefe do esquema, que usava laranjas e empresas de fachada para lavar o dinheiro obtido com o tráfico de armas.
Os integrantes da quadrilha serão indiciados por organização criminosa, evasão de divisas, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
Referência “Cash Courier”
O nome da operação faz referência ao método utilizado pelo grupo para movimentar grandes quantias em dinheiro vivo, garantindo o financiamento das atividades criminosas.
A ação é um desdobramento da Operação Senhor das Armas, deflagrada em 2017, quando 60 fuzis foram apreendidos no Aeroporto do Galeão.
O Ministério Público Federal (MPF), o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (CIFRA) e a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MJSP) participaram da ação.