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MPRJ denuncia mulher que matou a filha por inanição em Itaboraí

Segundo as investigações, a denunciada trancou a filha no local sem alimentá-la, e os vizinhos não viam a criança desde o início das férias escolares

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Caderno com a frase "faltam dez dias pra gente falecer" foi encontrado perto do corpo de menina de 6 anos morta em Itaboraí. Foto: Reprodução

A 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Itaboraí denunciou e pediu a prisão preventiva de Gizele Matos de Almeida Gonçalves, por homicídio triplamente qualificado. De acordo com a denúncia ajuizada nesta quarta-feira (08), Gizele matou a própria filha, Cecilia Matos Gonçalves, de seis anos, por inanição após deixar a criança durante dias seguido sem alimentação.

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A denúncia destaca que, no último dia 3 de janeiro, após relatos de moradores do edifício onde residiam mãe e filha, na Rua São Miguel, em Itaboraí, policiais entraram no apartamento de Gizele e encontraram o corpo de Cecilia em estado avançado de putrefação.

Segundo as investigações, a denunciada trancou a filha no local sem alimentá-la, e os vizinhos não viam a criança desde o início das férias escolares. O apartamento permaneceu constantemente trancado, o que levantou suspeitas sobre o comportamento de Gizele, em especial quando, no dia 26 de dezembro, moradores começaram a relatar um cheiro muito forte vindo do local.

Em depoimento prestado à Polícia Civil, Gizele confessou que matou a sua própria filha por inanição, deixando-a sem comida e água até que esta viesse a óbito. Ela também afirmou não saber ao certo quando a menina faleceu, mas que teria constatado que, no dia 24 de dezembro, a criança não estava mais viva. A mulher alega que “fez um bem à própria filha” para protegê-la.

A denúncia ainda relata que foi encontrado, no interior do apartamento, um caderno com a contagem regressiva do dia da morte da vítima, mostrando que o crime foi premeditado.

“O crime foi praticado por motivo fútil, visto que a denunciada alegou que matou a filha porque está desempregada e com dificuldades financeiras. Foi cometido por meio cruel, eis que a vítima foi submetida a intenso sofrimento físico, sendo privada de alimento e água por vários dias. E foi cometido contra menor de 14 anos”, destaca um dos trechos da denúncia assinada pelo Promotor de Justiça Paulo Sally.

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