Justiça
MPRJ denuncia ex-diretores de empresa de combustível por adulteração de etanol; fraudes somam R$ 9 milhões
Segundo o Ministério Público, criminosos vendiam álcool adulterado às principais distribuidoras do país, como Ipiranga, Shell e Petrobras
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou quatro ex-diretores da empresa Álcool Química Canabrava S.A, acusados de misturar metanol, substância considerada altamente tóxica, ao combustível fabricado pela companhia.
O álcool adulterado recebia certificado de qualidade falso e era vendido para as principais distribuidoras de combustível do país, como Ipiranga, Shell e Petrobrás, que eram enganadas pelo grupo.
Entre os acusados, estão os empresários Ludovico Tavares, Antonio Luis de Mello e Souza, Rodrigo Luppi e Felipe Bellotti, denunciados por organização criminosa, estelionato, crime ambiental e contra a ordem econômica.
De acordo com o MP, os criminosos lucraram mais de R$ 9 milhões com as fraudes.
Vistoria da ANP
O combustível fora do padrão foi identificado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) que coletaram amostras e constataram que o etanol estava adulterado por metanol.
A apuração sobre a origem do combustível adulterado prosseguiu vindo a ser revelado um esquema milionário que, além de causar prejuízo às distribuidoras, lesou um número incalculável de consumidores que abasteceram seus veículos com combustível adulterado por metanol.
A empresa Álcool Química Canabrava também foi denunciada pelo artigo 56 da Lei de Crimes Ambientais (9.605/1998). A 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado do TJRJ determinou também o bloqueio de bens dos denunciados
Em nota, a Usina Nova Canabrava disse que a adulteração de combustível a que esta ação da Polícia Civil se refere tem relação a fatos ocorridos no ano de 2016 e que, sobre isso, a ANP (Agência Nacional de Petróleo) já emitiu atestado segundo o qual não foi constatada qualquer adulteração nos reservatórios de etanol da empresa.
“Nem a usina nem nenhum diretor foram alvos da busca e apreensão ocorrida na manhã de hoje. A usina soube do ocorrido através da imprensa”. A empresa acrescenta que está a disposição para maiores esclarecimentos.
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