Política
Ministério Público Eleitoral acusa Paes de ter recebido vantagens indevidas da Odebrecht
Paes afirmou que a busca na casa dele foi uma tentativa clara de interferência no processo eleitoral
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(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Na denúncia contra Eduardo Paes (DEM), que foi aceita pela justiça, nesta terça-feira, o Ministério Público Eleitoral acusa o ex-prefeito do Rio de receber R$ 10,8 milhões em vantagens indevidas da Odebrecht via caixa 2. Os procuradores sustentam que os pagamentos financiaram a campanha eleitoral de reeleição à Prefeitura do Rio em 2012.
De acordo com as investigações, entre os dias 4 de junho e 19 de setembro de 2012 Paes recebeu o dinheiro das mãos de Benedicto Barbosa da Silva Junior e de Leandro Andrade Azevedo, executivos do Grupo Odebrecht. O MP afirma que o dinheiro não foi para Paes diretamente. “Renato Barbosa Rodrigues Pereira e de Eduardo Bandeira Villela, sócios da Prole Serviços de Propaganda, receberam sucessivas entregas de dinheiro em espécie, visando a custear, de forma dissimulada, a campanha eleitoral em que o então prefeito buscava sua reeleição”, diz a denúncia.
O apartamento de Eduardo Paes, em São Conrado, Zona Sul, foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz Flavio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 204ª Zona Eleitoral. Ele também aceitou uma denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro e tornou Paes e mais quatro investigados réus por crimes de corrupção, falsidade ideológica eleitoral e lavagem de dinheiro.
Paes afirmou que a busca na casa dele foi uma tentativa clara de interferência no processo eleitoral, da mesma forma que ocorreu em 2018 nas eleições para o governo do estado. “A defesa sequer teve acesso aos termos da denúncia e assim que tiver detalhes do processo irá se pronunciar”, completa a nota de defesa de Eduardo Paes. O deputado federal Pedro Paulo apontou “uso político de instrumentos da Justiça para interferir na eleição”. “Não nos intimidarão. Ao ter acesso o conteúdo da denúncia, farei a minha defesa no processo”, afirmou ele.
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