Economia
Com gastos maiores que a receita líquida, Alerj aprova orçamento estadual
Governador tem até 15 dias úteis para sancionar ou vetar a versão final do textoA Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta quarta-feira, em sessão extraordinária, a redação final do Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020. É previsto um déficit de R$ 10,6 bilhões, uma vez que a receita líquida estimada é de R$ 72,6 bilhões e a despesa é de R$ 83,2 bilhões.
O orçamento do estado do Rio de Janeiro para 2020 tinha sido apresentado pelo governo de Wilson Witzel (PSC) em outubro e tramitou como projeto de lei, aprovado na última terça-feira. Mas como os deputados incluíram emendas, a redação final do texto com mudanças foi concluída e apreciada nesta quarta. A versão final volta agora para o governador, que tem até 15 dias úteis para sancionar ou vetar o texto.
As projeções de receita e despesa da proposta original foram modificadas. Uma das razões para a mudança foi a revisão da inflação e da previsão de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional para o próximo ano. Novos cálculos apontaram para maior arrecadação com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal tributo estadual.
Outra fonte de receita, incluída para 2020, são os recursos pelo bônus de assinatura do leilão da cessão onerosa do pré-sal. A estimativa é que o certame realizado em novembro possa render R$1,1 bilhão ao Rio de Janeiro no próximo ano. Em relação à despesa, a Comissão de Orçamento abriu caminho para que diversas emendas elaboradas pelos deputados fossem incluídas.
Assim, houve incremento de R$ 461 milhões nas despesas com educação, que passou para R$ 8,2 bilhões; e de R$ 321 milhões nas despesas com saúde, que alcançou R$ 7 bilhões.
A área com o maior orçamento de 2020 será a segurança pública, com R$12,9 bilhões, o que significa R$ 198 milhões acima do previsto originalmente. Com as alterações, as despesas totais passaram de R$ 80,8 bilhões para R$ 83,2 bilhões.
Foram aprovadas também emendas que não alteraram despesas, mas criam normas para a forma como devem ser feitas. Uma delas estabelece que 40% dos recursos do Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (PEFIC), no máximo, sejam destinados a projetos da capital. O objetivo é descentralizar o investimento, garantindo que os demais 60% sirvam para estimular a produção cultural nas cidades do interior.