Mãe denuncia caso de racismo envolvendo duas crianças em shopping na Ilha do Governador - Super Rádio Tupi
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Capital Fluminense

Mãe denuncia caso de racismo envolvendo duas crianças em shopping na Ilha do Governador

Garotas de 12 e 13 anos teriam sido acusadas de furto pelo funcionário de uma papelaria, que ainda teria as encurralado e as intimidado

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em

Ilha Plaza
Caso aconteceu no shopping Ilha Plaza (Foto: Reprodução)

Duas meninas, de 12 e 13 anos, teriam sido vítimas de racismo em uma papelaria localizada dentro do Shopping Ilha Plaza. O caso aconteceu na tarde da última sexta-feira (23). De acordo com denúncia recebida pela reportagem da Super Rádio Tupi, as menores estavam sozinhas na loja quando teriam sido acusadas por um funcionário de terem furtado uma caneta.

“Milha filha e uma amiga entraram para ver as canetas. Passou um tempo e veio até mim uma vizinha pedindo para que eu e a mãe da outra menina fossemos até a papelaria, pois ela viu que as meninas estavam tendo problemas. Ao chegarmos lá, um funcionário da loja informou pra gente que elas estavam vendo as canetas e de repente uma delas sumiu”, relatou a funcionária pública Andreia de Oliveira, mãe de uma das supostas vítimas, em conversa com a reportagem da Super Rádio Tupi.

“As duas meninas contaram para gente que desde quando entraram na loja, esse mesmo funcionário que estava acusando elas começou a segui-las. Já aí elas se sentiram amedrontadas. Depois, ele as abordou, encurralou elas em um canto e pediu para a amiga da minha filha abrir a bolsa. Ela abriu e não tinha nada. A minha filha, mesmo sem ele pedir, abriu e também não tinha nada. Mesmo assim, ele não deixou as meninas saírem da loja”, prosseguiu Andreia.

Ainda segundo a denúncia, o funcionário teria agido de forma ríspida e truculenta para impedir que as duas garotas deixassem o local. “Outra funcionária da loja pediu para que as meninas entrassem para serem revistadas. Nós fomos pro local e foi aquele alvoroço. O tal funcionário tentou se retratar e chegou a pedir desculpas. O gerente apareceu, disse que o funcionário se excedeu, que eles viram a cena nas câmeras e, de fato, as meninas não roubaram nada. Na sequência, o gerente ainda ofereceu um brinde para que a gente esquecesse a situação”, declarou.

Na conversa conversa com a reportagem da Super Rádio Tupi, Andreia de Oliveira ressaltou ter certeza que a atitude do funcionário foi motivada pela cor de pele das duas menores. “Na loja, haviam várias meninas branquinhas, lorinhas, mexendo em canetas. Nenhuma delas foi abordada. Falaram que a minha filha e amiga dela estavam em atitude suspeita. Suspeita por quê? E as demais crianças e adolescentes que estavam lá dentro?”, questionou.

A Polícia Militar foi acionada para o local e as partes envolvidas foram conduzidas para a 37ª Delegacia de Polícia (DP) da Ilha do Governador. Na unidade, um boletim de ocorrência foi registrado.

A reportagem da Super Rádio Tupi procurou a assessoria de imprensa do Shopping Ilha Plaza que enviou uma nota dizendo que tem como prioridade “o bem-estar dos seus clientes” e que entende que “quaisquer atitudes preconceituosas devem ser combatidas por todos”. “Não compactuamos com o episódio ocorrido dentro da loja, lamentamos por ele e reforçamos a nossa total disponibilidade à consumidora e às autoridades”, enfatizou.

A Papelaria Enfoque, onde teria acontecido o caso, também enviou um comunicado informando estar “averiguando o ocorrido” que será “aferido com a maior seriedade”. “Ressaltamos que a Enfoque possui trajetória de 28 anos, onde um dos nossos pilares é o respeito racial e étnico, fundamentos que são passados constantemente para todos os nossos colaboradores. A todos os nossos seguidores, clientes e parceiros, reafirmamos nosso total repúdio a toda e qualquer forma de discriminação, assim como nosso compromisso em construir uma sociedade mais igualitária e menos preconceituosa”, diz ainda o texto.