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Mãe dá à luz após diagnóstico de dengue no Instituto Estadual Infectologia São Sebastião

O bebê nasceu saudável e a equipe do IEISS conseguiu reverter o quadro clínico grave

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Taiane Souza e o seu filho Gabriel passam bem
Foto: Mauricio Bazilio

 A segunda gravidez da advogada Taiane Souza Costa, de 33 anos, moradora de Nova Friburgo, na Região Serrana, foi tranquila até a 39ª semana. Com o pré-natal em dia, ela preparava os últimos detalhes do enxoval do filho, Gabriel, quando veio a suspeita de dengue. Levada para um hospital municipal, ela foi transferida às pressas para a unidade materno fetal do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião (IEISS), referência no atendimento a gestantes com dengue no estado do Rio de Janeiro.

“Todos na minha família testaram positivo para a dengue. Na minha rua, também eram muitos casos. Durante a gravidez, usei repelente e tomei todos os cuidados em casa. O diagnóstico foi um grande susto”, conta Taiane, que sentiu dores nas articulações e febre baixa. No entanto, o seu estado de saúde se agravou e a transferência foi necessária.

A equipe médica do IEISS logo detectou quadro clínico de pré-eclâmpsia e plaquetopenia (contagem de plaquetas menor que 150 mil células/mm³ no hemograma), o que exigia um protocolo específico para salvar a vida da gestante e do bebê. Além da gravidez, Taiane foi classificada como uma paciente de risco também por ter quadro de obesidade

“Em função do quadro clínico, optamos por uma cesariana de emergência. Antes disso, tivemos que fazer também transfusões de plaquetas e de fatores de coagulação. A dengue na gestação tem que ser encarada de maneira diferenciada, com uma classificação de risco. Felizmente, o bebê nasceu saudável, com quase 4 quilos e 50 centímetros”, disse Ana Luiza Martins, médica infectologista do IEISS que acompanhou a paciente.

Após passar 10 dias na UTI, Taiane pegou o filho no colo pela primeira vez na sexta-feira (15/03) em um momento de muita emoção. Gabriel não apresentou nenhum sintoma de dengue e sorria tranquilo. “Fiquei com muito medo de morrer quando recebi o diagnóstico de dengue, mas os médicos me pediram calma. Confiei que havia uma saída para o meu caso. Recomendo que todas as grávidas apliquem e reapliquem o repelente e verifiquem os possíveis focos em casa. Somente assim chegaremos sem problemas ao final da gestação”, lembrou Taiane, que permanece em recuperação na enfermaria do hospital e ansiosa pelo próximo reencontro. O bebê já teve alta e está em casa sob os cuidados da família.

Referência de atendimento durante a epidemia de Covid-19, o IEISS está funcionando, hoje, em parceria com o Hospital Federal dos Servidores. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) determinou, entre outras ações, que a instituição abrigue o Centro de Referência para Tratamento das Grávidas. A entrada das gestantes com sintomas da doença ocorre via Sistema Estadual de Regulação (SER). O objetivo da SES-RJ é reforçar a importância da avaliação materno-infantil de forma precoce, propondo ações preventivas à enfermidade, e evitando o agravamento da doença. Os leitos da unidade são ofertados conforme a demanda.

A instituição centenária é especializada também no atendimento a pacientes com doenças infectoparasitárias, sobretudo meningites, leptospirose, tétano e dengue, além da raiva.