Rio
Juristas de países de língua portuguesa se reúnem no 1º dia do Seminário internacional de direito constitucional lusófono
Evento visa propagar o conhecimento sobre as constituições dos países de língua oficial portuguesaNo dia em que se comemora os 34 anos de promulgação da Constituição federal brasileira de 1988, a Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ) promoveu o primeiro encontro do “Seminário Internacional de Direito Constitucional Lusófono: contexto histórico e desafios atuais na garantia de direitos fundamentais”, que visa propagar o conhecimento sobre as constituições dos países de língua oficial portuguesa.
“Com este seminário, discutiremos questões constitucionais de muita relevância. Quando pensamos neste evento, planejamos fazê-lo em uma data de importância para a história brasileira, e não poderia ser outra sem ser 5 de outubro. A chamada Constituição Cidadã, Carta institucional, simbolizou a inauguração de um novo Brasil, após anos de ditadura militar, como um Estado democrático de direito”, destacou a diretora-geral da EMERJ e presidente do Fórum Permanente de Estudos Constitucionais, Administrativos e de Políticas Públicas Professor Miguel Lanzellotti Baldez, desembargadora Cristina Tereza Gaulia, doutora em Direito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), na abertura do encontro.
O seminário é uma iniciativa do Fórum Permanente de Estudos Constitucionais, Administrativos e de Políticas Públicas Professor Miguel Lanzellotti Baldez, do Fórum Permanente de Direito na Lusofonia, do Fórum Permanente de Direito e Relações Raciais e do Fórum Permanente de Violência Doméstica, Familiar e de Gênero, em conjunto com o Núcleo de Pesquisa em Direito Comparado (NUPEDICOM) e com a Escola Nacional da Magistratura (ENM).
Na mesa de abertura, a desembargadora Cristina Gaulia destacou: “Vou me permitir citar um trecho do discurso do deputado Ulysses Guimarães, que ainda ecoa nos ouvidos dos juristas brasileiros e de todos aqueles comprometidos com a democracia e com a proteção intransigente dos direitos humanos fundamentais, bem como da garantia do amplo acesso de todos à justiça, para que esses direitos sejam efetivados: ‘Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o Estatuto do Homem da Liberdade e da Democracia, bradamos por imposição de sua honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo’”.
O vice-presidente do Conselho Consultivo da Escola, desembargador Marco Aurélio Bezerra de Melo, doutor em Direito pela Universidade Estácio de Sá (Unesa), destacou a importância do seminário: “Temos uma oportunidade enorme de trocar aprendizado com os países lusófonos. A desembargadora Cristina Gaulia tornou isso possível quando os visitou, conheceu suas autoridades acadêmicas e judiciais. Esse evento vai ficar marcado na história da Escola da Magistratura, temos que abraçar essa oportunidade”.
“Nada é por acaso na vida. Se hoje é um dia importante para o Brasil, também é para Portugal, pois hoje é o dia que se comemora a implantação da República na nação portuguesa. Espero que esses momentos sejam de troca, para mim é uma extrema honra estar nessa mesa”, pontuou a presidente da Comissão de Biblioteca e Cultura da EMERJ, desembargadora Ana Maria Pereira de Oliveira.
A juíza Renata Gil Alcântara Videira, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, comentou: “Estou muito emocionada por participar desse evento pela dimensão que ele tem no cenário atual que vivemos”, diz.