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Grupo Senzala de Capoeira completa 60 anos com evento internacional no MAM

Encontro, que é promovido pelo grupo SENZALA desde 2000, será também ocasião para comemorar os 60 anos de sua fundação e o seu merecido reconhecimento como Patrimônio Cultural Carioca

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Grupo Senzala de Capoeira completa 60 anos com evento internacional no MAM (Foto: Divulgação)
Grupo Senzala de Capoeira completa 60 anos com evento internacional no MAM (Foto: Divulgação)

O Rio de janeiro se tornará palco do maior evento internacional de capoeira com o encontro “Vadiação Senzala”, que será realizado no Museu de Arte Moderna (MAM), entre os dias 02 e 06 de agosto. O encontro, que é promovido pelo grupo SENZALA desde 2000, será também ocasião para comemorar os 60 anos de sua fundação e o seu merecido reconhecimento como Patrimônio Cultural Carioca.

O Senzala, em sua fase de formação, na década de 60,  fez parte de um grande movimento inovador cultural que já acontecia no Rio de Janeiro, como a Bossa Nova. O grupo se formou na zona sul do Rio de Janeiro por indivíduos que entenderam a capoeira como uma manifestação , antes de tudo, intelectual e que tem como base a inclusão de diferenças sócio – culturais e fins pedagógicos.

Entre seus fundadores, estão à frente deste encontro no MAM: Mestres Sorriso, Montpelier, Gil Velho e Garrincha que são guardiões da essência originária do Senzala e comprometidos com o resgate dos objetivos deste grupo.

“Vamos aproveitar o encontro para festejar o aniversário de 60 anos do Grupo Senzala. O “Vadiação Senzala” é muito importante para a continuidade do nosso processo de ensino e aprendizagem e o fortalecimento da sua identidade enquanto bem cultural de referência da capoeiragem não apenas no Brasil, como para o mundo”, destacou Sérgio Sacramento, o  Mestre Garrincha, um dos mais antigos do Grupo Senzala.

Assim como outros integrantes do Senzala, Garrincha tem uma trajetória de vida que é  um exemplo para muitos jovens. Nasceu na comunidade do Dona Marta em Botafogo e foi estudando em escola pública que conseguiu entrar para a Escola de Educação Física, na UFRJ. Garrincha conta que enfrentou dificuldades para introduzir, nas aulas de ginástica e de capoeira, o uso de instrumentos musicais, como o pandeiro e o atabaque, mas conseguiu e se tornou um grande diferencial no ensino dessas modalidades.

“Era época da ditadura, qualquer movimento cultural vindo do povo era sempre um problema para os militares, mas consegui colocar nas aulas o nosso pandeiro e atabaque como recursos didáticos” disse Garrincha.

Depois de se tornar Mestre e professor de Educação Física, Garrincha além de dar aula em escolas e faculdades, como na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, (PUC-Rio), começou a divulgar a capoeira pelo mundo. Dominando fluentemente francês e inglês, o Mestre é, para muitos, quase que um “embaixador” da cultura brasileira, conhece todos os continentes e nunca se cansa de viajar para divulgar a capoeira.

A realização anual do encontro é uma forma que o grupo encontrou de fomentar a valorização e difusão da prática da capoeira enquanto patrimônio cultural e imaterial do Brasil e da Humanidade. O grupo busca a inserção e difusão de políticas culturais que possam salvaguardar a capoeira dentro da principal instituição de preservação do patrimônio cultural brasileiro que é o IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

No encontro, serão realizadas rodas de capoeira e debates entre mestres, alunos e professores sobre a melhor forma de promoção da capoeira no Brasil e no mundo. Os participantes terão a oportunidade de jogar capoeira e fazer parte do movimento que preserva um patrimônio precioso da cultura brasileira.

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