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Governo do Estado lança campanha contra o assédio no Carnaval: ‘Ouviu um NÃO? Respeite a decisão’

Segunda edição da ação da Secretaria da Mulher, direcionada aos homens, alerta para atitudes violentas contra mulheres em blocos, desfiles e outros eventos

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Governo do Estado lança campanha contra o assédio no Carnaval: 'Ouviu um NÃO? Respeite a decisão' (Foto: Divulgação)
Governo do Estado lança campanha contra o assédio no Carnaval: 'Ouviu um NÃO? Respeite a decisão' (Foto: Divulgação)

A segunda edição da campanha “Ouviu um NÃO? Respeite a decisão” está pronta para marcar presença na Sapucaí, em blocos e na Intendente Magalhães, que recebe desfiles de escolas de samba das séries Prata, Bronze e do Grupo B. A ação do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (SEM-RJ), traz mensagens direcionadas aos homens sobre crimes como assédio e importunação. As peças também informam às mulheres os canais de ajuda, como a central 190, da Polícia Militar, e o aplicativo gratuito para celular Rede Mulher. Tudo por um Carnaval seguro para meninas e mulheres.

“A proteção da mulher é uma causa extremamente importante defendida pela nossa gestão. Por isso, temos investido em políticas públicas e ações de conscientização e de combate à violência e ao assédio. A Secretaria da Mulher coordena diversas ações nesse sentido. Estamos deixando bem claro que não vamos tolerar desrespeito ou violência contra as mulheres. Essa é uma festa para diversão, sempre com respeito e responsabilidade”, enfatizou o governador Cláudio Castro.

Frases como ‘É para cair na folia e não no conceito’ e ‘No Carnaval, você pode ser o que quiser. Só não pode ser ofensivo, porque folia não combina com assédio’ serão divulgadas em redes sociais, rádios, outdoors e pontos de ônibus, entre outros locais. A campanha traz ainda um samba e um vídeo em que o folião assedia uma mulher no bloco e “ganha” uma fantasia de emoji lixo (boy-lixo), emoji X (cancelado) e emoji dislike (bola fora). Equipes também vão levar a campanha para grandes blocos de rua, Terreirão do Samba, Sapucaí e Intendente Magalhães. No total, serão 27 ativações nos dias de Carnaval.

“A mensagem é bem clara. Puxar papo, pode. O que não pode é puxar pelo braço, puxar cabelo ou fantasia das meninas. E lembre-se sempre: depois do “não”, é assédio. O respeito ao corpo da mulher, à decisão dela e ao direito de se vestir como ela quiser são imperativos para que todos nós tenhamos um ótimo Carnaval”, ressaltou a secretária de Estado da Mulher, Heloisa Aguiar.

O slogan da campanha – Ouviu um NÃO? Respeite a decisão – também dá nome ao protocolo criado pela Secretaria da Mulher em 2023 com o objetivo de garantir mais segurança às mulheres em grandes eventos, shows, boates, bares e restaurantes. O documento traz uma série de recomendações, como a instalação de iluminação adequada em estacionamentos e banheiros, a divulgação de canais de ajuda para mulheres em emergência, e orientações de como os seguranças devem abordar e agir em casos de agressões e importunações. O protocolo também indica apresentar à vítima o app Rede Mulher. Baixado gratuitamente no celular, a ferramenta tem um botão de emergência que aciona eletronicamente o 190 da Polícia Militar, entre outras funcionalidades.

“Este ano, a campanha também estará no interior do estado por meio de parcerias com prefeituras. A Secretaria de Estado da Mulher recebeu a adesão de 24 municípios fluminenses à campanha e ao protocolo de ação com orientações que buscam garantir mais segurança para as mulheres que vão se divertir na folia. Além disso, capacitamos equipes das 14 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs) para um atendimento mais humanizado”, disse Heloisa Aguiar.

Principais pontos do protocolo:

  1. Conscientização:
    Estar ciente dos desafios enfrentados pelas mulheres em eventos e da importância do atendimento diferenciado.
  2. Atendimento pleno de atenção:
    A equipe deve priorizar o atendimento imediato, total atenção à vítima, demonstrando disponibilidade para ouvir, empatia e compreensão, sem julgamento ou preconceito.
  3. Escuta ativa:
    Demonstre interesse genuíno pelo relato da mulher.
  4. Respeito às decisões da mulher:
    Nunca force a vítima a fazer algo que ela não queira, como registrar uma ocorrência policial ou buscar atendimento médico. Ofereça informações sobre as opções disponíveis, mas deixe que ela decida o que é melhor para si.
  5. Atendimento discreto e humanizado:
    Garanta que o atendimento seja em um ambiente seguro, longe de olhares curiosos, e mantenha a confidencialidade das informações compartilhadas pela vítima. Evite comentários ou piadas inadequadas.
  6. Atenção prioritária à pessoa agredida:
    Em caso de agressão, ela deve receber a devida atenção. Em casos graves, ela não pode ser deixada sozinha, a não ser que queira.
  7. Não focar no processo penal:
    Nesse primeiro momento a vítima deve ser acolhida. Questões policiais e do processo penal devem ser tratadas pelas autoridades competentes.
  8. Rejeição do agressor:
    Jamais demonstre cumplicidade com o agressor, mesmo que seja apenas para diminuir o clima de tensão no momento da atuação.
  9. Rigor nas informações:
    Respeite a privacidade da pessoa agredida e a presunção de inocência do acusado. Repasse informações sobre o caso apenas às autoridades competentes