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Rio

Favelas registram temperaturas até 10ºC mais altas do que bairros de elite

Pesquisa identifica que favelas e bairros periféricos podem registrar variações térmicas de até 10ºC acima da média de regiões mais elitizadas

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Foto: Thomas Silva / Agência Brasil

Estudo feito pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, mostra que as altas temperaturas não afetam a todos da mesma forma. Foi identificado na pesquisa que favelas e bairros periféricos podem registrar variações térmicas de até 10ºC acima da média de regiões mais elitizadas.

Falta de arborização, alta concentração de concreto e asfalto e poluição atmosférica são os principais fatores responsáveis pelas altas temperaturas nas regiões periféricas das cidades. Esses locais são chamados de ilhas de calor.

Dados coletados pelo Instituto Locomotiva, em parceria com o Data Favela e a Central Única das Favelas, mostram que 67% dos moradores de comunidades são negros. A diferença de temperatura sentida entre essas pessoas e os moradores de bairros de elite ilustra o racismo ambiental. É um contexto que deixa explícitas as injustiças sociais que acometem minorias étnicas em razão da degradação do meio ambiente.

“Isso não é um problema de uma comunidade, é um problema de todas. A crise climática chegou e ela não atinge a todos da mesma forma. É dever dos governos aplicar políticas públicas para reduzir os impactos que as favelas vêm sofrendo com o calor excessivo”, afirma André Fernandes, fundador da Agência de Notícias das Favelas (ANF), presente em várias comunidades do país.