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‘Soube pelas redes sociais’, diz mulher de operário morto em obra da Cedae

Parentes responsabilizam encarregado da obra por pressão para concluir serviço durante vendaval; CEDAE ainda não se pronunciou.

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Da esquerda para a direita: Antônio José Júnior, Kauã Monsão Maria e Alan Amoêdo de Araújo. Foto: Reprodução / Redes sociais

Familiares dos três operários mortos no desabamento de um muro durante o vendaval que atingiu Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, nesta quinta-feira (24), estão no IML nesta sexta (25) e pedem explicações sobre as causas do acidente. Eles responsabilizam o encarregado da obra por ter pressionado pela conclusão do serviço, mesmo com as fortes rajadas de vento.

Testemunhas informaram que a obra, sob responsabilidade da Companhia de Águas e Esgotos (Cedae), visava construir uma estrutura para melhorar a tubulação no bairro Prados Verdes. As vítimas foram identificadas como Antônio José Júnior, de 29 anos, Alan Amoêdo, de 45, e Kauã Maria, de 21. Os trabalhadores não perceberam que o muro de uma construção vizinha estava desabando.

Marcelo William Maria, pai de Kauã, afirmou que o acidente poderia ter sido evitado. “Quando cheguei lá, algumas pessoas me disseram que, quando o vento começou, alguns saíram, mas eles ficaram porque havia massa para ser usada. Infelizmente, meu filho faleceu por uma ordem do encarregado”, lamentou.

Cristiane Amoêdo, esposa de Alan, também busca justiça pela morte do marido e criticou a falta de suporte da Cedae aos familiares. “Soube da notícia pelas redes sociais. Ninguém da empresa nos avisou. Estamos aqui no IML desde cedo. Meu marido saiu de casa vivo, ele tinha filho, neto, mãe. Não era um bicho, era um ser humano, com família. Cadê a consideração? Nenhuma!”, desabafou.

Os corpos dos três operários foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML). A delegacia de Nova Iguaçu irá conduzir as investigações sobre o ocorrido.

Nesta sexta-feira (25), a Cedae informou que “equipes da Segurança do Trabalho e do Serviço Social estão no local do acidente, prestando suporte às investigações para esclarecer as circunstâncias do ocorrido”.

A nota diz ainda que a Cedae “está colaborando ativamente para apurar os fatos e, caso alguma irregularidade seja identificada, as providências cabíveis serão tomadas”.

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