Rio
Família com roupa de candomblé denuncia motorista de aplicativo por preconceito religioso
Conta do motorista foi temporariamente desativada
Uma câmera de segurança flagrou o momento em que uma família tenta pegar um carro da empresa Uber, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na tarde deste domingo (30), mas é impedida pelo motorista.
O homem, que não teve o nome divulgado, aceitou a corrida, mas quando chegou ao local e viu a mãe e as duas filhas com roupas de santo se recusou a prestar o serviço.
“Quando o uber chegou, ele viu minha sogra, só que ela não estava com roupa de santo. Ela já estava embarcando no carro. Quando ele olhou pro lado esquerdo, que era o lado que a gente estava, ele se recusou a levar a gente”, contou Taís Fraga, de 42 anos, mãe das duas meninas de oito anos que aparecem no vídeo.
Taís então pediu que o motorista cancelasse a corrida, visto que ele havia desistido do serviço. Segundo ela, o homem respondeu com grosseria, dizendo para ela “se virar com a Uber” e arrancou com o carro.
“Foi muito constrangedor. Eu perguntei porque ele não queria levar a gente e ele repetiu que a gente não poderia embarcar no carro dele”, afirmou Taís.
No momento em que o homem acelerou, Pietra, uma das filhas de Taís, estava com o pé dentro do veículo. Depois da confusão, outro motorista aceitou a corrida da família, mas a criança ficou com medo de entrar no carro e sofrer preconceito novamente.
O caso foi registrado na 59ª DP (Duque de Caxias) e será encaminhado para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que vai investigar o crime de intolerância religiosa.
De acordo com a polícia civil, a família será ouvida novamente amanhã e o motorista será intimado a depor.
Em nota, a Uber informou que a conta do motorista foi temporariamente desativada. A empresa ainda afirmou que não tolera qualquer forma de discriminação e que encoraja a denúncia tanto pelo próprio aplicativo quanto às autoridades competentes. A Uber se colocou à disposição para colaborar com as investigações.