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Esposa de homem assassinado na porta de casa por vizinho militar presta novo depoimento
Luziane Teófilo falou à polícia por aproximadamente uma hora e quarenta minutos nesta quinta-feira (10)A viúva de Durval Teófilo, homem que foi morto pelo próprio vizinho na porta do condomínio em que morava, prestou um novo depoimento, nesta quinta-feira (10), na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. Luziane Teófilo chegou por volta das 11h, acompanhada do advogado e da cunhada, e foi ouvida pela polícia por mais de uma hora e quarenta minutos. Na saída, Luziane conversou rapidamente com a imprensa e, mais uma vez, afirmou acreditar que o assassinato do marido se trata de um caso de racismo.
“Foi um injustiça o que ele fez com meu esposo. Era um rapaz que estava chegando do trabalho, cansado, eu sei disso porque os amigos dele falaram que ele trabalhou muito naquele dia e que estava ansioso para chegar em casa para descansar, mas de repente tiraram o descanso dele”, declarou. “Foi racismo sim, com certeza. Meu esposo falou que era vizinho dele e mesmo assim ele não quis saber. [É assaltante] Só porque era um preto, que estava chegando do trabalho, de chinelinho, bermuda e camiseta? Era o jeitinho dele de se vestir. Ele não teve nenhuma chance de se proteger. Não tinha ninguém. Era só ele e Deus”, completou a viúva.
O novo depoimento de Luziane Teófilo aconteceu após a Justiça tipificar o crime como um homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar. Antes, a morte de Durval estava sendo tratada como culposa, que é quando não há a intenção.
Ainda na conversa com os jornalistas, Luziane revelou que recebeu novas informações relacionadas ao crime durante o novo depoimento. Entre elas, a de que Durval foi atingido por mais de três disparos.
“Acabei recebendo algumas informações que não sabia e, no momento, eu não posso falar porque está no poder da Justiça e do meu advogado. Tudo o que eu mais quero, neste momento, é que se faça justiça. Pela minha filha, pelo meu marido que não merecia morrer daquele jeito. Só porque era um preto perdeu a vida. Mesmo falando que era o vizinho, morreu. Foi alvejado, a princípio, por mais de três tiros… Isso me deixou super abalada, porque eu não imaginava. No meu ver, era só três”, relatou a viúva. “Não vou poder dar muitos detalhes. Estou até tremendo. Foi uma novidade muito grande para mim”, completamentou.
Relembre o caso
Durval Teófilo Filho, de 38 anos, foi morto no último dia 02, na entrada do condomínio em que residia, no bairro do Columbandê, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, após ser confundindo por um vizinho com um assaltante. O sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, responsável pelos disparos, foi detido em fragrante e, na última sexta-feira (04), teve a prisão convertida em preventiva.