Em meio à pandemia, devotos celebram a São Jorge e a Ogum de maneira diferente - Super Rádio Tupi
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Rio

Em meio à pandemia, devotos celebram a São Jorge e a Ogum de maneira diferente

Cultos online, carretas com a imagem do Santo e oferendas em casa são algumas das soluções encontradas para comemorar o dia 23 de abril em plena quarentena

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(Foto: Reprodução)

Igreja Matriz de São Jorge realizou missas sem a presença dos fiéis
(Foto: Bárbara Mello/Super Rádio Tupi)

Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, o carioca e o fluminense em geral não deixaram passar em branco este 23 de abril e celebraram o dia do Santo Guerreiro de uma maneira diferente. Pela primeira vez na história, a Igreja Matriz de São Jorge, localizada no bairro de Quintino, Zona Norte do Rio, realizou a queima de fogos da Alvorada e a missa solene das 05h sem a presença dos fiéis, mas com transmissão ao vivo nas redes sociais e na televisão.

Ao longo do dia, foram celebradas outras missas às 10h, 16h e 18h, todas com o templo vazio e exibição na página da paróquia no Facebook. Os poucos presentes no local usaram máscaras de proteção e tomaram os cuidados básicos de higiene. Para o Padre Dirceu Rigo, responsável pela Igreja Matriz de São Jorge, o tempo é de oração e de pedido para que o Santo Guerreiro ajude aos seus devotos a derrotar mais um dragão.

“Nós devemos pedir a São Jorge, que assim como enfrentou um dragão no tempo dele, que ele nos ajude agora a enfrentar esse dragão, essa pandemia que quer destruir a nossa vida, matar nossos familiares e nossos amigos. Vamos pedir por intermédio de São Jorge que ele possa nos livrar e nos dar força na nossa caminhada”, declarou.

Para reportagem da Super Rádio Tupi, o Padre Dirceu ainda fez um balanço acerca das celebrações feitas ao Santo Guerreiro ao longo de toda esta quinta-feira. Confira no vídeo abaixo:

Outras celebrações

Além das celebrações na paróquia de Quintino, outros festejos e homenagens ao padroeiro do estado aconteceram por toda a capital fluminense. Aos pés do Cristo Redentor, o Padre Omar Raposo, reitor do Santuário, realizou uma Santa Missa durante esta tarde, com transmissão ao vivo pelo YouTube, seguida de uma live de samba acústico em honra ao Santo. Na paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no bairro do Pechincha, além da missa, houve também uma carreata pelas ruas da região, levando a imagem de São Jorge e benzendo aos fiéis na porta de suas casas.

Carreata com a imagem de São Jorge pelas ruas da Zona Oeste
(Foto: Paróquia de Nossa Senhora de Fátima)

O Monsenhor Jan Kaleta, pároco responsável, conversou com a reportagem da Super Rádio Tupi acerca dessa celebração em tempos de pandemia da Covid-19. “É difícil falar o que o povo tem no coração, porque a devoção é uma marca registrada da fé e com certeza celebrada também através do gestos externos, que são muito importantes. Então, eu parabenizo a todos que participaram, muito obrigado pelo gesto de amizade, de carinho, de devoção com São Jorge,  e através de São Jorge com a Nossa Santa Igreja”, relatou.

“Nesses momentos difíceis do coronavírus, quero assegurar que estou rezando por todos, pedindo a graça, a benção e o milagre especial para o mundo, para o Brasil e também para a nossa cidade de São Sebastião, que hoje celebra São Jorge, que podemos dizer que é outro padroeiro muito importante da nossa cidade”, completou o pároco em seguida.

Dia de Ogum

O dia 23 de abril também foi de festejos na Umbanda e no Candomblé. De acordo com o sincretismo, São Jorge é associado a Ogum, orixá do ferro e da guerra, que sempre lutou sem parar contra todos que o desafiassem ou procurassem por sua fúria. Por conta da quarentena, os terreiros tiveram de realizar as giras por meio de chamadas de vídeo e os filhos de Ogum fizeram suas oferendas sem sair de casa.

Oferendas para Ogum mesmo em meio à pandemia
(Foto: Arquivo Pessoal)

Responsável pela cozinha na Tenda de Umbanda Estrela de Aruanda, em Quintino, Valéria Franco também conversou com a reportagem da Super Rádio Tupi. “Há quatro anos eu sou responsável pela feijoada e por uma boa parte da oferendas do terreiro. Uma vez por ano, a gente faz uma feijoada para Ogum, que é até uma forma da gente angariar fundos e fazer melhoras na casa. Neste ano, devido a pandemia, junto com a minha família, fizemos a feijoada na minha própria residência e ofereci para Ogum, pedindo que ele esteja sempre na nossa frente, vencendo as batalhas, principalmente nesse momento que não conseguimos enxergar quem é o nosso inimigo”, contou.

Feijoada para Ogum
(Foto: Arquivo Pessoal)