Rio
Em celebração aos 200 anos de Independência, escritora realiza palestra sobre Imperatriz Leopoldina
Evento será realizado no Colégio Estadual Olga Benário PrestesNo dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro I proclamou o grito de independência às margens do rio Ipiranga e o Brasil se consolidou como uma nação independente. 200 anos depois, comemorados em 2022, muito dessa história ainda é pouco conhecida dos brasileiros.
Entre elas, a de Dona Leopoldina, a imperatriz do Brasil, conhecida por muitos como uma mulher frágil e sofredora com as traições do marido e o seu sabido caso com Domitila, a Marquesa de Santos, definitivamente não se restringe a isso. Ao contrário, sua história se revela intensa e carismática. Uma mulher à frente de seu tempo, inteligente, estrategista e que teve um papel fundamental no processo de independência.
O romance “Meu adorado Pedro”, da escritora Vera Moll, revela uma mulher culta, de inteligência privilegiada, amada pelo povo e extremamente generosa.
“Que paixão me guiou em direção a Leopoldina? A indagação faz sentido, não me debruço sobre um tema, personagem ou fato se para lá não me leva meu coração. Em uma pilha de livro em promoção numa livraria, encontro Cartas de D. Pedro à marquesa de Santos, Alberto Rangel organiza a obra e ao pé das páginas escreve as notas. Quando as leio, há uma identificação imediata, descubro uma mulher da qual nunca ouvira falar: culta, corajosa, à frente de seu tempo, como se fossemos contemporâneas. Ali fiz a escolha, seria ela a protagonista do livro”, explica.
No ano em que se celebra os 200 anos de Independência, Vera acredita ser primordial trazer a verdadeira história de Leopoldina. Por isso, nesta terça-feira, 23/08, a escritora realiza palestra nos turnos manhã e tarde no Colégio Estadual Olga Benário Prestes, referência na zona norte do Rio, com mais de 2.600 alunos. Uma feliz coincidência, ser Olga Benário, outro grande exemplo de mulher guerreira, envolvida com as questões políticas e sociais e também à frente do seu tempo. A proposta é contar um pouco da vida dessa mulher que lutou pela Independência, por um Brasil livre de Portugal, desenvolvido, próspero e igual para todos.
“Durante os anos em que estive na escola, a Princesa Leopoldina nunca foi mencionada. Se ela foi menosprezada e esquecida pelos historiadores, não surpreende sua ausência nos currículos escolares, mas, a nós, choca. A ausência marcada nos currículos seja fruto do machismo estrutural da sociedade, e, à medida que a mulher assume o papel de cidadão, ela se faz presente. que seja então, Maria Leopoldina, nossa primeira imperatriz, proclamada heroína do povo brasileiro em 7 de setembro, quando se comemora os 200 anos da Independência do Brasil”, conclui.