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Dia Mundial dos Manguezais: População pode contribuir para a recuperação do ecossistema em Gramacho

Manguezais sequestram quatro vezes mais carbono do que qualquer outro tipo de floresta e têm capacidade de armazenamento dez vezes superior

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Dia Mundial dos Manguezais: População pode contribuir para a recuperação do ecossistema em Gramacho (Foto: Divulgação)
Dia Mundial dos Manguezais: População pode contribuir para a recuperação do ecossistema em Gramacho (Foto: Divulgação)

Na última quarta-feira (26), foi comemorado o Dia Mundial dos Manguezais. Símbolo de que com a realização de um trabalho consistente é possível recuperar o ecossistema, o Aterro Metropolitano de Gramacho ganha respostas da natureza, como a cada vez mais frequente utilização do manguezal por parte das aves migratórias, tal qual o maçarico, e o aumento das espécies de caranguejos.

“Os manguezais filtram a sujeira das águas e, por isso, são essenciais para permitir que essas espécies se reproduzam. Esse ecossistema, que foi tão degradado durante décadas na região, atualmente, está em plena recuperação”, afirma o biólogo Mario Moscatelli, que há quase três décadas se dedica à recuperação do aterro de Gramacho.

Porém, o biólogo alerta que a recuperação do manguezal poderia estar mais acelerada se houvesse cooperação da população.

“Neste ano, retiramos 320 toneladas de detritos em uma área de plantio de 15 mil metros quadrados. Esse lixo, de origem doméstica, inclui aparelhos de televisão e até móveis. Peço que as pessoas tomem consciência e não joguem lixo nos rios porque esses detritos desembocam na baía de Guanabara e, com a maré cheia, acabam no manguezal, prejudicando o avanço na recuperação. O manguezal é um berçário natural para aves, peixes, moluscos e crustáceos e precisa ser preservado”, apela o biólogo.

Atualmente, Moscatelli conta com a parceria da empresa Statled Brasil, gestora do contrato de revitalização do espaço e que disponibiliza uma equipe de dez pessoas para apoiar o biólogo na preservação do manguezal. As ações diárias de recuperação envolvem o replantio de mudas de espécies nativas, como o mangue-vermelho (Rhizophora mangle), o mangue-negro (Avicennia schaueriana) e o mangue-branco (Laguncularia racemosa).

“A Comlurb atua na recuperação do Aterro Metropolitano de Gramacho desde 1996. Após o encerramento do local, em 2012, foram implantados vários projetos sustentáveis com o objetivo de deixar um legado ambiental na área. O dos manguezais é um orgulho para a Companhia. A área de plantio iniciada com apenas 10 hectares, ou 100.000m², alcançou atualmente 60 hectares, 600.000m2, ou o equivalente a 60 campos de futebol do tamanho do Maracanã. É a maior área de manguezal recuperada na Baía de Guanabara”, destaca o presidente da Comlurb, Flavio Lopes.