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Dia de comemorar: aluna mais idosa da rede estadual de ensino do Brasil ganha festa surpresa

Aos 86 anos, Dona Naná é o xodó da turma de curso de formação de professor, em Itaguaí

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Dia de comemorar: aluna mais idosa da rede estadual de ensino do Brasil ganha festa surpresa (Foto: Ellan Lustosa - Seeduc-RJ)
Dia de comemorar: aluna mais idosa da rede estadual de ensino do Brasil ganha festa surpresa (Foto: Ellan Lustosa - Seeduc-RJ)

Aluna dedicada, Ignácia de Carvalho do Carmo – ou Dona Naná, como é conhecida no Colégio Estadual Clodomiro Vasconcelos, em Itaguaí, na Baixada Fluminense -, completou 86 anos. Para comemorar, os alunos da 2ª série do Curso de Formação de Professores fizeram uma festa surpresa, com bolo, guaraná, bolões, salgadinhos, docinhos, flores e cartão de feliz aniversário.

Dona Naná vibrou com os parabéns, e disse estar vivendo a melhor fase da vida.

“Posso dizer que estou nas nuvens. É como se eu estivesse anestesiada, de tanta felicidade. Eles conseguiram me enganar direitinho. Tinha muito medo da velhice, mas, se soubesse que seria tão feliz nesta fase, com certeza, ia querer ficar mais velha antes”, diz a aniversariante.

Ela, que é a “queridinha” da turma, sempre se senta na primeira carteira e tem o carinho de toda a turma. “Ela não perde uma explicação dos nossos futuros colegas de profissão. Ajudamos Dona Naná na didática, e ela ajuda a gente na vida. Estamos aqui para ajudar uns aos outros. Costumo falar que Dona Naná é a nossa mãe, avó, melhor amiga… Sabemos que esse sentimento é recíproco, porque ela fala que somos o xodó dela “, conta Maria Eduarda Inácio.

Perguntada qual é o desejo para começar o novo ciclo, ela responde saúde para realizar o seu sonho de menina, que é o de se tornar professora.

“Está quase chegando. Ano que vem consigo me formar! Se me falassem isso, há um tempo, eu não acreditaria. Só tenho que agradecer a Deus e a todos que colaboram diariamente para que isso possa acontecer”, acrescenta Dona Naná.

Infância difícil

Filha de lavradores, Ignácia ganhou uma enxada de presente do pai, quando tinha 8 anos, e só frequentou escola durante um ano, na infância. Ainda adolescente, aos 17, veio o casamento, que durou mais de meio século. Somente após 16 anos da morte do marido, que a senhora voltou a estudar, e está muito animada para o futuro.

“Permaneça nos seus sonhos, lute pelos seus objetivos, seja honesto e leal. Nunca desista. Se você realmente quiser, lute que você vai conseguir realizar”, aconselha a mais experiente aluna para os quase 700 mil estudantes da rede estadual de ensino.