Capital Fluminense
Criminosos usam cartões de terceiros para promover bailes funk em comunidades do Rio
Segundo as investigações, as bebidas eram adquiridas de forma fraudulenta e fornecidas para crianças e adolescentes que frequentam os eventosA Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta terça-feira (22), dois homens acusados de serem os chefes de um grupo especializado em fraudar cartões de crédito para a compra de bebidas alcoólicas, que eram distribuídas a facções criminosas responsáveis pela promoção de festas e “bailes funk” em comunidades do Rio.
As investigações da Operação “Fomentus” tiveram início há 4 meses após denúncias de moradores. Os casos aconteciam em favelas como Serrinha, Maré e Juramento, na Zona Norte.
As bebidas alcoólicas eram adquiridas de forma fraudulenta e eram fornecidas para crianças e adolescentes – entre 10 e 11 anos – que frequentam os eventos nas comunidades. Foram realizadas 25 compras de bebidas alcoólicas com uso de um cartão de crédito corporativo desviado de uma empresa, totalizando um prejuízo de aproximadamente R$ 713 mil.
De acordo com Pedro Brasil, titular da DPCA, existe a possibilidade de alguém dentro da empresa estar envolvida no esquema.
“Era um cartão que tinha um limite muito alto, a gente ainda não descobriu como ele foi desviado dessa empresa, o cartão foi utilizado e retornou a empresa. Então, temos quase certeza de que alguém lá de dentro participou, mas ainda não chegamos nessa pessoa. Quando a fatura do cartão de crédito chegou, eles viram que haviam sido feitas 25 compras totalizando cerca de R$ 720 mil, eles entraram em contato e a gente juntou toda a documentação, analisamos imagem de câmeras e conseguimos chegar na autoria”.
Os agentes da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente cumpriram os dois mandados de prisão contra André Rodrigues de Oliveira, o Pateta, e Robson de Carvalho, o Sargento. Foram realizados ainda 15 mandados de busca e apreensão, entre eles 7 veículos de luxo e uma moto aquática – totalizando um valor de cerca de R$ 1,5 milhão em bens. A Polícia Civil apura se esse material era utilizado para lavagem de dinheiro.