Rio
Comissão quer acabar com navios abandonados na Baía de Guanabara
Com 238m, o São Luiz está atracado no Porto do Rio de Janeiro desde o acidente, atrapalhando seu funcionamento e criando despesas para Docas do Rio
Acelerar o fim dos cerca de 62 navios fantasmas abandonados na Baía de Guanabara e discutir o rumo que será dado ao navio graneleiro São Luiz, que recentemente chocou-se com a Ponte Rio-Niterói, fazendo com que ela ficasse fechada por horas e causando enorme transtorno para milhares de pessoas. Esses foram alguns dos temas abordados no encontro realizado pela Comissão Estadual de Desenvolvimento da Economia do Mar (CEDEMAR), no Palácio Guanabara. Com 238 metros, o São Luiz está atracado no Porto do Rio de Janeiro desde o acidente, atrapalhando seu funcionamento e criando despesas para Docas do Rio.
Para o deputado Júlio Lopes (PP), que participou do encontro juntamente com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais e presidente da Comissão, Cássio Coelho, da Capitania dos Portos, do Inea e Companhia Docas, o encontro é um desdobramento de um trabalho que teve início em 2007 para cumprir o caderno de encargos para as Olimpíadas que teve a proposta de limpar a Baía de Guanabara dos navios que continuam flutuando sem dono e abandonados, além dos que afundaram, principalmente no Canal de São Lorenço onde impedem a circulação da água.
“Naquela época trabalhamos muito e em conjunto com o hoje almirante Wilson Lima Filho, que ocupava o cargo de capitão dos Portos do Rio para exatamente levantar e monitorar todas essas embarcações. Porém, até hoje ainda não foi dado nenhum destino pra esses navios, já que cada um deles tem uma história e uma complexidade jurídica enorme. Tenho certeza que agora a comissão conseguirá desatar esses nós e devolver a navegabilidade segura na Baía de Guanabara”, disse.
Júlio explicou ainda que a retirada dessas embarcações deve ser muito delicada, pois existem problemas de arresto e crédito internacionais na justiça, inclusive o próprio navio São Luiz tem uma ação na justiça estadual para pagar credores e outra na justiça federal.
“Não vai ser fácil, mas agora com a comissão atuando, vamos ao presidente do Tribunal de Justiça Estadual e da Justiça Federal, pedir para que através de suas administrações, ajudem a sociedade na mobilização de seus juízes para que entendam que esses navios devam ser vendidos e transformados em dinheiro e os créditos bloqueados em favor de seus credores, e assim espero, possamos ter um final feliz para nossa cidade”, explicou o parlamentar.