Rio
Clínica de estética de alto padrão que realizava cirurgia plástica foi interditada na Barra da Tijuca
Especialistas em cirurgia plástica comentam sobre o caso
Na última quarta (27) a Vigilância sanitária interditou uma clínica de estética localizada no local de alto padrão na Barra da Tijuca no Shopping Village Mall, segundo as notícias foram no local eram feitos procedimentos como lipoaspiração e mamoplastia, não havia contratos com ambulância ou máquinas de UTI para socorrer em casos de intercorrências.
Conversamos com especialistas em cirurgia plástica para comentar sobre o caso, afinal a clínica fica localizada no Village Mall, uma área de alto padrão na zona oeste do Rio do Janeiro.
Segundo o Presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia e também cirurgião plástico Dr Diovane Ruaro, “Realmente, essa é uma situação que nos preocupa muito. Trata-se de uma condição muito séria. Não é porque é um lugar bonito e elegante, cheio de requinte, que reúne todas as condições para a prática da cirurgia plástica. Costumo dizer que a cirurgia plástica não é algo banal; é um ato médico que exige cuidados, trâmites e, acima de tudo, atenção à segurança do paciente”.
Dr Ruaro acrescenta, “Toda instituição, incluindo o centro cirúrgico, deve possuir os alvarás necessários, como licenciamento sanitário da prefeitura, do conselho de medicina e de outros órgãos fiscalizadores. Esses alvarás precisam estar expostos, conforme a legislação vigente. Ao chegar no estabelecimento, não hesite em questionar e pedir para ver os alvarás. Isso não é vergonha, é zelar pela sua segurança”.
“Se sentir constrangido, pode fazer uma simples ligação para os órgãos competentes, como a prefeitura, a vigilância sanitária e o conselho de medicina, para verificar se a clínica está autorizada para o procedimento proposto. Ao planejar um procedimento, como uma lipoaspiração, é fundamental entrar em contato com o médico responsável e perguntar sobre a capacitação da clínica para tal procedimento. Essa informação é essencial para garantir que o local seja adequado e autorizado.Além disso, priorize a sua segurança. Optar por um procedimento fora do ambiente hospitalar pode representar economia, mas é crucial considerar que está colocando em risco aspectos primordiais da sua vida. Em casos de complicações, estar em um ambiente mais preparado faz toda a diferença, acrescentou o Presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia plástica Diovane Ruaro.
Segundo o professor em Cirurgia plástica, Ricardo Cavalcanti que também é chefe da divisão de cirurgia plástica da UNIRIO, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, “Uma das formas de se precaver contra problemas futuros em clínicas é compreender o que pode ser feito e o que não pode. A vigilância sanitária disponibiliza informações sobre o que é permitido e o que não é. Geralmente, para cirurgias de média a maior complexidade, é exigido um suporte adicional, como um leito de CTI e um meio de transporte rápido, por precaução. Contratos com ambulâncias são uma exigência da vigilância sanitária para clínicas, assim como acordos com UTIs de retaguarda, laboratórios e bancos de sangue, para atender a qualquer eventualidade. Isso pode ser facilmente verificado. De maneira geral, o hospital é o local mais adequado para procedimentos, independentemente da complexidade. Procedimentos menos complexos podem ser realizados em clínicas, desde que atendam a essas exigências.
O controle é realizado de forma adequada, mas imagine cidades como o Rio de Janeiro e São Paulo, que são muito grandes. Jamais se poderia imaginar que, por exemplo, no shopping mais luxuoso da cidade, uma clínica estivesse operando de maneira irregular. Portanto, mesmo com um controle extenso, ainda há muitas situações que escapam, finalizou o professor em cirurgia plástica Ricardo Cavalcanti.