Cartório de Notas do Rio e Judiciário lançam autorização eletrônica de doação de órgãos - Super Rádio Tupi
Conecte-se conosco

Rio

Cartório de Notas do Rio e Judiciário lançam autorização eletrônica de doação de órgãos

Mais de 42 mil pessoas esperam na fila de transplantes em todo o Brasil

Publicado

em

cartorio
Cartório de Notas do Rio e Judiciário lançam autorização eletrônica de doação de órgãos (Foto: Divulgação)

As mais de dois mil pessoas que atualmente aguardam na fila por um transplante de órgãos no Rio de Janeiro contam, a partir desta terça- feira (2), com um importante aliado na batalha pela vida. Isso porque a partir de agora,  quem deseja ser um doador de órgãos poderá manifestar e formalizar a sua vontade por meio de um documento oficial, feito digitalmente em qualquer um dos 288 Cartórios de Notas do estado: a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO).

O lançamento da AEDO marcará o início da campanha “Um Só Coração: seja vida na vida de alguém”, que será lançada oficialmente nesta terça-feira (02.04) pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, e pelo Corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.

Desenvolvida pelo Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal (CNB/CF), entidade que reúne os Cartórios de Notas de todo o país, e regulamentada pelo Provimento nº 164/2024 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a autorização eletrônica estará disponível gratuitamente pelo site www.aedo.org.br e, por meio da Central Nacional de Doadores de Órgãos, ficará disponível para consulta via CPF do falecido pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde.

“A temática da doação de órgãos no nosso país ainda é pouco abordada, e a plataforma da AEDO – Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos – vem justamente para democratizar o assunto, facilitar a quem quer deixar este desejo expresso de forma oficial e também trazer o debate para as rodas de conversas das famílias. É um grande avanço que o notariado brasileiro, junto ao CNJ, estão promovendo, um avanço que irá se perpetuar entre toda uma sociedade mais consciente e informada sobre esta, que é uma decisão tão importante”, afirma o presidente do CNB/RJ, José Renato Vilarnovo.

Pela legislação vigente, quem autoriza a doação em caso de morte encefálica é a família do cidadão, que precisava estar ciente da intenção da pessoa em doar seus órgãos e/ou tecidos. Com a AEDO esta manifestação de vontade fica registrada dentro de uma base de dados acessada pelos profissionais da Saúde, que terão em mãos a comprovação do desejo do falecido para apresentar a família no momento do óbito.

“O provimento que regulamenta o procedimento de doação de órgãos, assegurou a importância de que todos os cidadãos tenham acesso gratuito a um mecanismo seguro que fomente e agregue o maior número de doadores de órgãos e tecidos com o objetivo de que seja respeitada a declaração de vontade do doador,” assinalou o corregedor-nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.

Para realizar a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, o interessado preenche um formulário diretamente no site www.aedo.org.br, que é recepcionado pelo Cartório de Notas selecionado. Em seguida, o tabelião agenda uma sessão de videoconferência para identificar o interessado e coletar a sua manifestação de vontade. Por fim, o solicitante e o notário assinam digitalmente a AEDO, que fica disponível para consulta pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes. A plataforma está acessível 24 horas por dia, 7 dias por semana, de qualquer dispositivo com acesso à internet.

Por meio do sistema, o cidadão poderá escolher qual órgão deseja doar – medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou todos -. No Brasil, a maioria das pessoas na fila única nacional de transplantes aguarda a doação de um rim, seguido por fígado, coração, pulmão e pâncreas. Somente no ano passado, três mil pessoas faleceram pela falta de doação de um órgão. Atualmente, mais de 500 crianças aguardam por um novo órgão.