Rio
ACRJ se manifesta sobre decisão de ministro Alexandre de Moraes contra importantes empresários brasileiros
Segundo a ACRJ, é absolutamente irrazoável que conversas em redes privadas ainda que em termos veementes, recebam a resposta extremada que sofreram.O presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, José Antônio do Nascimento Brito, disse nesta quarta-feira (24) que diante da operação da Polícia Federal ocorrida na manhã desta terça-feira (23), por ordem do Ministro Alexandre de Moraes, contra importantes empresários brasileiros, vem manifestar sua mais profunda apreensão com o rumo da livre expressão do pensamento no Brasil.
Segundo a representante, é absolutamente irrazoável que conversas em redes privadas – insuscetíveis, por isso, de configurar qualquer ameaça – ainda que em termos veementes, recebam a resposta extremada que sofreram.
“É absolutamente irrazoável que conversas em redes privadas – insuscetíveis, por isso, de configurar qualquer ameaça – ainda que em termos veementes, recebam a resposta extremada que sofreram. Quebra de sigilo bancário, congelamento de contas, invasão de residências e de empresas são medidas extremas admitidas, apenas, contra suspeitos de crimes graves, jamais contra manifestações de opinião”, diz a nota.
“Não cabe, obviamente, a esta entidade de representação empresarial, emitir juízo de valor quanto às opiniões e militância política dos seus representados, mas, tem o dever de testemunhar a coragem e a competência de empreendedores que arriscam seu patrimônio e seu trabalho colaborando com a riqueza do país”, continua.
“A ACRJ tem, dentre seus associados, o empresário José Isaac Peres, que recentemente recebeu de nós o prêmio de Empresário do Ano. O empresário construiu a marca de Shopping mais importante do Brasil – BarraShopping – e durante a pandemia investiu mais de 1 bilhão de reais em um novo empreendimento no Rio de Janeiro, o Shopping Jacarepaguá. Independentemente de suas escolhas políticas, Peres acredita no Brasil e contribui notavelmente para o seu desenvolvimento”, adianta.
“O Brasil precisa de paz e de harmonia para que possamos construir um futuro de prosperidade e desenvolvimento, com segurança às empresas e empreendedores e temos a convicção de que o STF precisa ser o catalisador desse processo”, finaliza.
O ministro Alexandre de Moraes atendeu a pedidos da PF, no âmbito do inquérito das milícias digitais para agir contra os empresários brasileiros. O ministro também oficiou a Procuradoria-Geral da República, nesta terça (23), abrindo a possibilidade para que os procuradores acompanhassem e sugerissem as diligências, se desejassem.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas residências de Afrânio Barreira Filho, dono do grupo Coco Bambu; Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, dono da gigante de shoppings Multiplan; Luciano Hang, do grupo Havan; André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, da Mormaii; Meyer Nigri, da Tecnisa; e José Koury, dono do Barra World Shopping, no Rio de Janeiro.
O ministro determinou o bloqueio das contas bancárias desses empresários, das contas nas redes sociais, e a tomada de depoimentos e a quebra de sigilo bancário.