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Alarme Vermelho na Amazônia: A Seca nos Rios Madeira e Purus é um Sinal de Colapso Ambiental?

ANA Declara Situação de Escassez Hídrica nos Rios Madeira e Purus até Novembro

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ANA Declara Situação de Escassez Hídrica nos Rios Madeira e Purus até Novembro
Fonte: Reprodução/Internet

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) aprovou recentemente a Declaração de Situação de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos para o rio Madeira e o rio Purus, além de seus afluentes, com vigência até 30 de novembro. Esta medida tem como objetivo intensificar o monitoramento hidrológico dessas bacias, identificar os impactos sobre os usos da água e propor medidas de prevenção e mitigação, em articulação com diversos setores usuários de água.

Precipitação Abaixo da Média: Problema Crônico

De acordo com dados da ANA e do INMET, a precipitação acumulada nas bacias dos rios Madeira e Purus durante o período chuvoso, que vai de novembro a abril, foi abaixo da média. É importante destacar que o fenômeno El Niño, somado às águas mais quentes do Oceano Atlântico, teve um papel significativo nessa irregularidade da chuva. Essa combinação de fatores tende a favorecer a estabilização de massas de ar mais quentes sobre as regiões do norte brasileiro.

Essa tendência persiste no atual período seco, resultando em anomalias negativas que afetaram os níveis dos rios, que se mantêm próximos aos valores mínimos históricos. O outono, normalmente caracterizado por uma redução gradual da chuva, não apresentou essa característica de forma geral. Fortes e longas massas de ar quente prejudicaram bastante o abastecimento dos rios da faixa norte, impactando também os usos da água, especialmente a navegação e a geração hidrelétrica.

Qual é o Impacto no Transporte e Desenvolvimento?

O transporte aquaviário é crucial para a região amazônica, especialmente na Hidrovia do rio Madeira, que facilita o escoamento de cargas como produção agrícola, alimentos, medicamentos e combustíveis. Além disso, os rios são essenciais para muitas comunidades amazônicas, servindo como principais vias de acesso a serviços essenciais como saúde e educação.

Características dos Rios Madeira e Purus

O rio Madeira, um dos principais afluentes do rio Amazonas, possui uma área de drenagem de 1,42 milhão de quilômetros quadrados, com 43% dessa área no Brasil. O período chuvoso na bacia vai de novembro a abril, e o período seco de maio a outubro, sendo outubro um mês de transição. A chuva média anual na região é de 2.088 mm, com uma vazão média de longo prazo de 34.425 m³/s.

O rio Madeira abriga duas importantes usinas hidrelétricas, Jirau e Santo Antônio, que, juntas, têm uma potência instalada de 7.318 MW, representando 6,7% do Sistema Interligado Nacional (SIN). Além disso, o rio é uma importante hidrovia, com um trecho navegável de 1.060 km entre Porto Velho e Itacoatiara, e serve como fonte de abastecimento de água para Porto Velho e outras comunidades.

A bacia do Purus, por sua vez, cobre aproximadamente 368.000 km², com mais de 90% de sua área situada nos estados do Amazonas e Acre. O rio Purus é conhecido por seus numerosos meandros e lagos distribuídos em uma vasta planície de alagamento. Suas paisagens aquáticas representam cerca de 40.000 km², localizadas inteiramente na zona de florestas tropicais.

Histórico de Declaração de Escassez

A Declaração de Escassez Hídrica foi utilizada pela primeira vez em 2021 na Região Hidrográfica do Paraná, por meio da Resolução ANA nº 77/2021. Naquele ano, a região enfrentou chuvas abaixo da média, o que afetou negativamente os volumes armazenados nos reservatórios e comprometeu a geração hidrelétrica e a navegação, levando à primeira emissão desse tipo de declaração pela ANA.

Esta nova declaração para os rios Madeira e Purus segue um padrão preocupante, destacando a necessidade de esforços contínuos e coordenados para garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos na região. É evidente que a combinação de fatores climáticos e a necessidade crescente de água representam desafios significativos que exigem medidas eficazes e prontas respostas dos órgãos competentes.

Para superar esses desafios, é fundamental a cooperação entre os diversos setores usuários da água, o governo e a sociedade civil, garantindo a preservação e a utilização sustentável dos recursos hídricos nas bacias afetadas.

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