Política
Secretário de Comunicação do governo Bolsonaro estaria recebendo dinheiro de contratos publicitários, afirma jornal
Fábio Wajngarten, chefe da Secom, é sócio da empresa FW Comunicação e Marketing, que mantém relações comerciais com a Band e a Record TVResponsável pela distribuição de verba para propagandas do governo federal, o chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Fábio Wajngarten, estaria se beneficiando do cargo para receber dinheiro de emissoras de televisão e agências de publicidade. A denúncia foi feita em reportagem publicada, nesta quarta-feira, pelo jornal Folha de São Paulo.
Wajngarten é sócio da empresa FW Comunicação e Marketing, que mantém relações comerciais com a Band e a Record TV. As duas emissoras receberam no último ano, respectivamente, 12,1% e 27,4% do fundo federal para campanhas publicitárias, que teve verba total de R$ 197 milhões.
Entre os serviços oferecidos pela FW Comunicação e Marketing estão estudos de mídia, mapas de anunciantes do mercado e checagem de veiculação de peças publicitárias. Segundo informações da Receita e da Junta Comercial de São Paulo, Fábio é dono de 95% da empresa, sendo os outros 5% da sua mãe, Clara Wajngarten.
Além da Band e da Record TV, pelo menos outras cinco empresas que recebem do governo tem contratos firmados com a FW. Todas elas apresentaram crescimento, em 2019, na parcela de verba publicitária oriunda do Planalto.
Pela legislação vigente, é proibido para integrantes da cúpula do governo manter negócios, tanto com pessoas físicas, quanto jurídicas, que possam ser, de alguma forma, beneficiadas por alguma decisão. A prática configura como improbidade administrativa e prevê como punição a demissão do agente público.
Em resposta à Folha, Fábio Wajngarten negou que haja algum conflito de interesses entre o cargo que exerce e os contratos envolvendo sua empresa. “Todos os contratos existem há muitos anos e muito antes de sua ligação com o poder público”, afirmou a Secom por meio de nota.
Wajngarten ainda garantiu que, atualmente, sua empresa “tem contratos apenas com Record e Band”. “Os valores e as características contratuais têm cláusula de confidencialidade”, declarou.