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Lula se reúne com presidente argentino, volta a falar em moeda comum e defende crédito para exportações

Encontro desta segunda-feira teve como intuito celebrar os 200 anos de relações diplomáticas entre os países

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Alberto Fernández e Lula
Encontro desta segunda-feira teve como intuito celebrar os 200 anos de relações diplomáticas entre os países (Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) novamente defendeu em conversa com jornalistas, nesta segunda-feira (26), a criação de uma moeda comum entre os países do Mercosul, assim como liberação de crédito para fomentar exportações brasileiras para a Argentina. Essa declaração foi dada logo após um encontro com o chefe do Executivo argentino, Alberto Fernández, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

“Precisamos avançar nessa direção com novas e criativas soluções que permitam maior integração financeira e facilite nossas trocas. Entre as opções, está a adoção de moeda de referência específica para o comércio regional que não eliminará respectivas moedas nacionais”, alegou.

Na conversa com os jornalistas, Lula se disse “muito satisfeito” com as “perspectivas” de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção do gasoduto Néstor Kirchner. A obra é uma aposta do governo argentino para alcançar a independência nessa fonte de energia até 2025 e aliviar a dura crise econômica do país, já que desde agora poderá haver a economia nas importações e reduzir a falta de dólares que impulsiona a inflação.

“Hoje adotamos um ambicioso plano de ação para relançamento da aliança estratégica. São quase 100 ações que dão concretude ao nosso projeto conjunto de desenvolvimento. Fico muito satisfeito com as perspectivas positivas de financiamento do BNDES à exportação de produtos para a construção do gasoduto Nestor Kirschner”, declarou Lula.

Lula também aproveitou para assegurar que não faz sentido as empresas brasileiras perderem espaço no mercado argentino. O mandatário brasileiro ainda acrescentou que é preciso “maior integração financeira” entre os dois países vizinhos.

“Estamos trabalhando na criação de uma linha de financiamento abrangente das exportações brasileiras para Argentina. Não faz sentido que o Brasil perca espaço no mercado Argentino para outros países porque esses oferecem crédito e nós não. Todo mundo tem a ganhar, as empresas, os trabalhadores brasileiros e os consumidores argentinos”, argumentou.

Esta foi a quarta visita de Alberto Fernández ao Brasil apenas em 2023. Desta vez, segundo o Ministério das Relações Exteriores, o presidente argentino veio a convite de Lula com a intenção de celebrar os 200 anos de relações diplomáticas entre os países.

Na cerimônia desta segunda, Alberto Fernández recebeu as medalhas da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul e a Ordem de Rio Branco. Além dele, a primeira-dama argentina, Fabíola Yañez, também foi condecorada.