Política
Glenn Greenwald rebate Bolsonaro: ‘Ele não tem o poder de ordenar pessoas presas’
O jornalista estadunidense ainda criticou a fala do presidente acerca da adoção de seus dois filhos e de seu relacionamento com o deputado federal David MirandaNo último sábado, o jornalista estadunidense Glenn Greenwald, proprietário do site The Intercept Brasil, utilizou a sua conta oficial no Twitter para rebater as declarações dadas pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que afirmou que Glenn “talvez pegue uma cana aqui no Brasil”.
“Ao contrário dos desejos de Bolsonaro, ele não é (ainda) um ditador. Ele não tem o poder de ordenar pessoas presas. Ainda existem tribunais em funcionamento. Para prender alguém, tem que apresentar provas para um tribunal que eles cometeram um crime. Essa evidência não existe”, escreveu o jornalista na publicação.
Também no último sábado, pela manhã, o presidente havia dito: “Tanto é que não se encaixa na portaria o crime que ele está cometendo. Até porque ele é casado com outro homem (o deputado federal David Miranda, do PSOL, que é brasileiro) e tem meninos adotados no Brasil. Ele não vai embora, o Glenn pode ficar tranquilo. Talvez ele pegue uma cana aqui no Brasil. Não vai pegar lá fora, não”. As declarações de Bolsonaro foram feitas durante cerimônia de formatura de paraquedistas, na Vila Militar, em Deodoro, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Pelo Twitter, Glenn ainda criticou a fala de Bolsonaro sobre a adoção de seus dois filhos e seu relacionamento com David Miranda (PSOL): “Sugerir que alguém adotaria – e cuidaria de – dois filhos para manipular a lei é nojenta. O Brasil tem 47.000 crianças em abrigos. A adoção é linda e deve ser encorajada, não zombado”.
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Em publicação no Twitter, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou as afirmações dadas pelo presidente da República: “Ao ameaçar de prisão um jornalista que publica informações que o desagradam, o presidente Bolsonaro promove e instiga graves agressões à liberdade de expressão. Sem jornalismo livre, as outras liberdades também morrerão. Chega de perseguição”.