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Política

Em discurso no ABC Paulista, Lula ataca Bolsonaro, Moro e TV Globo: ‘Eles não sabem o tesão que estou’

Ao longo de 47 minutos de pronunciamento, o ex-presidente petista fez uma série de críticas contra o atual governo, que classificou como de "milicianos"

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Ao longo de 47 minutos de pronunciamento, o ex-presidente petista fez uma série de críticas contra o atual governo, que classificou como de “milicianos”
(Foto: Reprodução)

O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou, na tarde deste sábado, em um carro de som, na frente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, para uma multidão de apoiadores e correligionários. Em sua fala, Lula fez duras críticas ao atual presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), ao ex-juiz federal e atual ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro e a TV Globo.

Ao lado da presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, do ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, do ex-candidato à Presidência Guilherme Boulos (PSOL), da vice-governadora de Pernambuco Luciana Santos (PCdoB), da governadora do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra, dos deputados federais Paulo Pimenta (PT) e Marcelo Freixo (PSOL), além de líderes de movimentos sociais, Lula iniciou seu discurso pouco antes das 15h.

No início, Lula adotou um tom ameno em sua fala, ao comentar sobre o período em que passou na prisão: “Eu quando saí daqui (em 8 de abril de 2018) eu tinha uma missão. Eu fiquei numa solitária e por 580 dias e me preparei para não ter ódio, não ter sede de vingança. Eu queria provar que mesmo preso, com eles eu dormia com a minha consciência tranquila”.

Em seguida, subiu o tom do seu discurso ao falar sobre Sergio Moro e atual governo: “Eu duvido que o Moro durma com a consciência tranquila que eu estou. Eu duvido que o Deltan durma com a consciência. Eu duvido que o Bolsonaro durma com a consciência tranquila que durmo. Eu duvido que o destruidor de empregos Guedes durma com a consciência tranquila que durmo. E digo: eu estou de volta”.

Ao longo de 47 minutos de pronunciamento, Lula fez uma série de críticas a Jair Bolsonaro, cujo o governo classificou como de “milicianos”. “Esse país não merece o governo que tem. Esse país não merece um governo que manda seus filhos contarem mentira todos os dias, através de fake news”, afirmou.

“Não adianta ficar com medo, não adianta ficar preocupado com as ameaças que eles fazem na televisão. Que vai ter miliciano, que vai ter AI-5 outra vez”, disparou na sequência. Ele ainda relembrou, durante a fala, os ataques dos quais ele e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foram alvos e declarou: “Fui criado para não dizer palavrão. Não vou dizer palavrão a Bolsonaro, ele é o próprio palavrão”.

Sobre o atual momento da economia brasileira, o petista avaliou: “Quando eu fui preso, achei que minha prisão ia permitir recuperar o Brasil. Mas o povo tem menos carro, menos emprego. Quero saber se o juro do cheque especial caiu. Se o juro da Casas Bahia caiu. Porque é esse juro que toca diretamente no bolso do trabalhador, que mexe no salário do nosso povo. A Selic caiu, mas o spread bancário não caiu”.

Nem mesmo a imprensa brasileira escapou das críticas do ex-presidente: “Na cadeia, fui obrigado a ver TV aberta. O SBT foi uma vergonha, a Record está uma vergonha e a Globo continua uma vergonha. Eles não deram uma matéria sobre o Intercept, só uma para defender o Faustão”.

Já ao final do discurso, Lula deu indícios de que pretende entrar em uma nova caravana nos próximos dias, e citou companheiros de partido como Gleise Hoffmann e Fernando Haddad, candidato petista à Presidência nas últimas eleições. “A partir da semana que vem eu vou estar cuidado da minha vida. Eu não sei qual confusão vão criar para mim, mas eles não sabem o tesão que estou”, finalizou.