Política
Deputado pede anulação de licitação que escolherá nova identidade visual para Fundação Palmares
"Fundação é um patrimônio nacional, conquista da qual todos os brasileiros que respeitam e celebram cultura afro-brasileira têm orgulho", dispara deputado Átila Nunes (MDB)O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Intolerância Religiosa na Assembleia Legislativa do Rio, deputado Átila Nunes (MDB), entrou com uma representação, nesta terça-feira (24), no Ministério Público Federal, pedindo a anulação da licitação aberta por Sérgio Camargo, presidente da Fundação Cultural Palmares. Camargo exige a escolha de uma nova identidade visual para a instituição por conta da atual logo remeter a um machado de Xangô, divindade de religiões de matriz africana.
O edital público aberto pelo presidente da Fundação Palmares tem como objetivo premiar a proposta com a melhor logomarca do instituto, segundo regras pré-estabelecidas .
“A fundação é um patrimônio nacional, conquista da qual todos os brasileiros que respeitam e celebram a cultura afro-brasileira têm orgulho. Desse modo, não se pode pactuar com a extinção da grande conquista que a instituição representa para a comunidade negra brasileira, que é a promoção da preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira”, disse Átila na representação.
Segundo o parlamentar, a Fundação Palmares é uma instituição representativa da cultura negra e não existem justificativas válidas para que a logotipo não possa representar elementos da cultura afro-brasileira. Além disso, a CPI qualifica a tentativa de mudança como um racismo religioso e um desrespeito cultural.
Algumas das mais importantes entidades de design do país assinaram uma nota em conjunto no qual repudiam veementemente do edital. “Nosso país foi construído com muito sangue negro e não aceitaremos, sob quaisquer circunstâncias, que nossos símbolos ou de outras comunidades consideradas marginalizadas, sejam rejeitados como símbolos da nação brasileira”, disseram as instituições em nota.