Brasil
Delator da Lava Jato revela esquema de lavagem de dinheiro envolvendo SBT e Grupo Silvio Santos
O operador financeiro Adir Assad cita Daniel Abravanel, sobrinho de Silvio Santos, como um dos contatos do esquema
O operador financeiro Adir Assad cita Daniel Abravanel, sobrinho de Silvio Santos, como um dos contatos do esquema
(Foto: Reprodução)
Preso pela operação Lava Jato, o operador financeiro Adir Assad confessou, em delação premiada, ter lavado milhões de reais para o Grupo Silvio Santos por meio de contratos fraudados de patrocínio esportivo. O site The Intercept Brasil teve acesso ao conteúdo do depoimento de Assad através de material compartilhado por procuradores do Ministério Público Federal no aplicativo Telegram. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de São Paulo.
Nos relatos, Assad não menciona, em nenhum momento, o nome do apresentador e empresário Silvio Santos especificamente. Entretanto, cita Daniel Abravanel, sobrinho dele, como contato no grupo e o uso da empresa que comercializa a Tele Sena. Segundo o operador financeiro, o esquema teria funcionado em duas épocas distintas, uma na década de 1990 e outra nos anos 2000.
Na primeira vez, os valores eram referentes a contratos superfaturados de patrocínio entre empresas de Assad e pilotos da Fórmula Indy e da categoria Indy Lights. Segundo o delator, o SBT “tinha necessidade à época de fazer um caixa paralelo, mas não sabe dizer com qual finalidade”. Já na década de 2000, o esquema foi retomado através de contratos de imagem e patrocínio envolvendo a Fórmula Truck.
De acordo com o operador financeiro, uma pequena parcela dos valores era repassada para pilotes, enquanto grande parte voltava para o SBT. E ainda existiria uma terceira parte entregue, em espécie, a um diretor financeiro do Grupo Silvio Santos.
Procurados pela Folha, o SBT e o Grupo Silvio Santos disseram “desconhecerem o teor da delação” de Adir Assad. “Aproveitamos para enfatizar que as empresas do GSS sempre pautaram suas condutas pelas melhores práticas de governança e dentro dos estritos princípios legais”, afirma a nota divulgada ainda.
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