David Miranda defende abertura de CPI para investigar Moro e Dallagnol

“É um absurdo, antiético e corrupto”, define o parlamentar sobre o conteúdo das conversas vazadas
(Foto: Reprodução)

Em entrevista ao portal de notícias UOL, o deputado federal pelo Rio de Janeiro David Miranda (PSOL) defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a relação entre o então juiz-federal, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro com o procurador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol. Porém, o deputado defende que a CPI deve se ater aos dois e não ser algo generalizado.

• VEJA MAIS: Partidos querem esperar Moro “sangrar” mais antes de abrir uma CPI.

“Tenho minhas ressalvas (a abertura de uma CPI). Não quero que pegue completamente a Lava Jato. A redação tem que ser fechada no Moro e no Dallagnol. Eu sou do Rio de Janeiro. Temos (Sérgio) Cabral preso, vários políticos corruptos presos. Você quer soltar o (Eduardo) Cunha? A Lava Jato cumpriu seu papel, mas os fins não podem justificar os meios”, ressaltou o deputado.

• VEJA MAIS: Moro vai falar no Senado sobre as mensagens divulgadas no dia 19.

David Miranda é um dos fundadores do site “The Intercept Brasil” em 2016, junto com o marido, o jornalista britânico Glenn Greenwald. Em uma série de reportagens, o Intercept divulgou, no último domingo, o conteúdo de mensagens trocadas por Moro e Dallagnol, durante as investigações e julgamentos ligados a operação Lava-Jato.

• VEJA MAIS: Telegram afirma que não houve hackeamento do aplicativo.

“Eu sou parlamentar e meu trabalho estou fazendo aqui (na Câmara dos Deputados). O trabalho jornalístico é do meu marido e estão usando nossa relação como cortina de fumaça para desviar o foco. Só fui ler as reportagens de fato ontem no avião vindo para Brasília. O Glenn inclusive fica puto comigo”, conta Miranda.

• VEJA MAIS: ‘Escândalos falsos não vão interferir na missão’, afirma Sérgio Moro.

Sobre os diálogos, Miranda opinou: “São coisas gravíssimas. Um juiz se comunicando desta forma com procuradores, dando o caminho para todas as situações? É um absurdo, antiético e corrupto”.