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Política

Crianças são alvos de preconceito religioso em comemoração do Dia de São Cosme e São Damião

CPI da Intolerância Religiosa da Alerj recebeu denúncias da atuação de grupos ‘Combatentes da Idolatria’

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Deputado Átila Nunes
(Foto: Divulgação)
Deputado Átila Nunes

Crianças são alvos de preconceito religioso durante comemoração do Dia de São Cosme e São Damião (Foto: Divulgação)

Um dia após as comemorações de São Cosme e São Damião, comemorado nesta segunda-feira (27), a CPI da Assembleia Legislativa do Rio recebeu denúncias da existência de uma campanha desencadeada por fanáticos religiosos contra a festa. Segundo o relator da CPI, deputado Átila Nunes (MDB), em alguns bairro do Rio, ocupantes de um abordaram crianças nas ruas tentando convencê-las a trocarem os saquinhos de doces com imagem dos Santos Cosme e Damião por saquinhos sem qualquer imagem.

“Um absurdo sem tamanho o que aconteceu. Isso precisa ser investigado. Essas pessoas alegam que “a idolatria é condenada por Deus e todos aqueles que as realizam atraem maldição para si e para os seus descendentes, já que influências malignas que ronda o fim do mês de setembro. Os grupos organizados de fanáticos percorrem as ruas dos subúrbios do Rio e se autodenominam ‘Combatentes da Idolatria’. Locomovem-se em automóveis abordando as crianças, dizendo-lhes que os doces que carregam continuarão ‘endemoniados’, caso os invólucros não sejam trocados. As testemunhas contaram que quase todos os carros têm afixados um símbolo com a palavra fé, envolta num escudo atravessado por uma espada”, disse o parlamentar.

O deputado salientou que os grupos não usam de violência na abordagem, o que dificulta o registro na Polícia, mas o assédio despertou temor nas crianças, que acabaram cedendo e trocando os saquinhos de doces com imagens dos santos pelos outros. “Esses preconceituosos ignoram o Evangelho de Mateus: O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem”, continua.

“Na CPI, estamos atentos e apurando todos esses casos de intolerância religiosa no Estado. Precisamos de mais políticas públicas específicas para combater esse tipo de preconceito”, finaliza.