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Política

Conselho do MP adverte Dallagnol por fala sobre ministros do STF

Coordenador da Lava Jato afirmou que os ministros tinham decisões que favoreciam a corrupção

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(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Nesta terça-feira, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu aplicar uma advertência ao coordenador da operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. O procurador disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) passa uma mensagem de leniência a favor da corrupção em certas decisões.

O relator do Processo Administrativo Disciplinar (APD), Luiz Fernando Bandeira de Mello, entendeu que Dallagnol descumpriu o dever de guardar o decoro pessoal e de urbanidade. Já a maioria dos membros do Plenário do Conselho Nacional do Ministério Público seguiram o relator e decidiram por 8 votos a 3 aplicar a advertência.

“Incitou no ouvinte dúvidas quanto aos reais motivos em que se baseiam aquelas decisões” e representa um “ataque deliberado e grave a integrantes do Poder Judiciário, constituindo violação a direito relativo à integridade moral”, disse o relator.

Em agosto de 2018, Dallagnol concedeu entrevista à CBN e criticou uma decisão do Supremo que determinou a transferência de termos de delação premiada da Odebrecht da Justiça Federal em Curitiba para a justiça Federal e Eleitoral do Distrito Federal. A CNMP analisou a declaração do coordenador da Lava Jato feita a rádio.

“Agora o que é triste ver, Milton [Milton Yung, jornalista da CBN], é o fato de que o Supremo, mesmo já conhecendo o sistema e lembrar que a decisão foi 3 a 1, os três mesmos de sempre do Supremo Tribunal Federal que tiram tudo de Curitiba e mandam tudo para a Justiça Eleitoral e que dão sempre os habeas corpus, que estão sempre se tornando uma panelinha assim… que mandam uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção”, disse na ocasião, em referência a Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Lewandowski.