Polícia Civil apreende 19 fuzis pertencentes à milícia liderada por Tandera

Uma ação conjunta da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) resultou, nesta quinta-feira (25), na apreensão de um arsenal que pertencia à milícia liderada por Danilo Dias Lima, o Tandera. Ao todo, foram apreendidos 19 fuzis, diversos carregadores, munições, além de um rádio transmissor.

Esse material foi encontrado dentro de um carro estacionado em um terreno baldio no bairro de Cabuçu, em Nova Iguaçu, próximo ao local onde também foi apreendido uma espécie de “Caveirão da Milícia” esta semana. Em conversa com a reportagem da Super Rádio Tupi, o delegado Thiago Neves, titular da Draco, ressaltou que a apreensão desse arsenal é fruto de um trabalho de inteligência que possibilitou o êxito da ação sem qualquer efeito colateral e/ou disparo de arma de fogo.

“Estávamos trabalhando muito nesses dados de inteligência para tentar efetuar uma apreensão sem nenhum tipo de efeito colateral. Por esse motivo, a gente esperou o momento em que houvesse o deslocamento desse armamento, quando ele tivesse pronto para ser distribuído em outra área. Com isso, a gente realizou essa ação em um momento oportuno e cirúrgico para impedir qualquer dano para algum morador ou policial”, destacou o delegado.

Além das apreensões do arsenal e do chamado “Caveirão da Milícia”, uma operação da Polícia Civil realizada no último sábado (20), em Nova Iguaçu, terminou com a morte de Delson Lima Neto, o Delsinho, irmão de Tandera. Outros três membros do grupo paramilitar também morreram durante a mesma ação, identificados como Fofo, que era terceira pessoa na hierarquia da milícia, Neguinho e Tizil, seguranças dos irmãos Delsinho e Tandera. 

Por conta deste cerco ao grupo, ameaças de ataque foram feitas por essa organização criminosa às delegacias especializadas envolvidas nas ações. Para reportagem da Super Rádio Tupi, o delegado Thiago Neves comentou o assunto e disse se tratar de uma tentativa de intimidação.

“Quem trabalha com combate ao crime organizado percebe que esse tipo de coisa é uma tentativa de dissuadir as forças de segurança de realizar seu trabalho. Quando o Estado entra nos espaços dominados, essas organizações tentam realizar atos de intimidação para tentar impedir. Mas a Polícia Civil não vai parar mesmo diante dessas ameaças. Muitas pessoas dependem desse trabalho porque são vidas ali exploradas economicamente, moradores que recebem menos de um salário mínimo e são obrigados a pagar taxas a esses criminosos”, declarou.

Ainda segundo o delegado titular da Draco, o policiamento foi reforçado na região em que ocorreram as ações. “Trabalhamos em parceria com a Polícia Militar. Todos esses dados de prisões e apreensões são repassados de imediato para a inteligência deles. A PM, então, faz o reforço no policiamento extensivo, até para impedir que um grupo rival venha a intervir”, relatou.

Todovia, além desse policiamento, as zonas Norte e Oeste da cidade do Rio de Janeiro, assim como a Baixada Fluminense, estão sendo monitoradas diariamente, por agentes da delegacia especializada. O objetivo é enfraquecer e liquidar toda e qualquer organização criminosa.

“A Polícia Civil é repressiva. A gente vai trabalhando em inquérito, investigando, prendendo e apreendendo os materiais. Por ora, o que temos é uma desarticulação ainda que parcial, mas que representa uma baixa muito significativa nesse grupo criminoso que aterroriza toda essa região”, enfatizou o delegado Thiago Neves.

Abaixo, confira um vídeo com o material apreendido na ação conjunta desta quinta-feira: