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Justiça Militar ouve testemunhas de mortes em Guadalupe

Manutenção da prisão será decidida na próxima quinta-feira em Brasília

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Foto: músico Evaldo Rosa, morto em Guadalupe

A Justiça Militar ouviu nesta segunda-feira, 21/05, oito testemunhas de acusação sobre a morte do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo, baleados durante operação envolvendo soldados do Exército, no dia 7/04, em Guadalupe, na Vila Militar, zona norte do Rio de Janeiro. Doze militares foram denunciados e nove continuam presos.

Prestaram depoimento, Sérgio Gonçalves, sogro de Evaldo que também ficou ferido durante a ação, a esposa do músico, Luciana dos Santos e a amiga do casal, Michele da Silva Leite, que também estavam no veículo. Também depuseram a esposa de Luciano, Daiane Horrara, um homem que teve o carro roubado, semelhante ao das vítimas, na ocorrência de mais cedo, e moradores de um prédio que fica em frente ao local onde o fato aconteceu.

Em depoimento, Sérgio, Luciana e Michele contaram que o carro em que estavam foi alvo de tiros disparados por militares. O catador Luciano passava pelo local na hora e foi socorrer a família, quando também foi atingido. A mulher de Evaldo pediu, antes de depor, que os militares fossem retirados da sala, o que foi determinado pela juíza que conduz o caso, Mariana Aquino Campos.

O advogado assistente da acusação, André Perecmanis, espera que os acusados respondam pelas mortes. Já o advogado de defesa dos militares, Paulo Henrique Pinto de Melo, afirma que é preciso aguardar o desenrolar do processo. “Faltam muitas diligências, muitos interrogatórios, e ninguém aqui demonstrou que os militares são executores, são assassinos. Eles agiram em legítima defesa de terceiros.”

A manutenção da prisão será decidida na próxima quinta-feira, 23/05, pelo Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília. Na próxima semana, serão ouvidas testemunhas de defesa dos militares. Depois, eles serão interrogados individualmente.

O músico Evaldo Rosa estava com sua família, indo para um chá de bebê, quando se deparou, por volta das 14h30, com uma patrulha do Exército. Em seguida, o veículo foi atingido por tiros. O músico morreu e o sogro dele, Sérgio Gonçalves, ficou ferido. Os demais ocupantes, a esposa de Evaldo, Luciana, o filho de 7 anos e a amiga do casal, Michele, não foram atingidos.

As informações são da Agência Brasil.